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Uma coisa de cada vez (Vavá; F66)
18/05/2018 - Por evaristo marzabal nevesAtenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.
Uma
coisa de cada vez
Evaristo
Marzabal Neves/Vavá F-66
Li e tomei
ciência e consciência, o que gostaria de ouvir e saber por muito tempo, de que
“o cérebro não está pronto para a chamada multitarefa, ou seja, existe para
realizar uma coisa de cada vez”.
Pesquisa da
Universidade de Michigan (EUA) derrubou o mito da multitarefa “apontando que as
pessoas não têm capacidade para fazer mais de uma coisa (e bem feita) por vez.
Conseguem apenas passar de uma atividade para a outra rapidamente”. Segundo o
neurocientista Earl Miller “Nós nos enganamos. O cérebro nos ilude muito
facilmente. Por exemplo: tente falar pelo telefone e escrever um e-mail ao
mesmo tempo, ou, assistir televisão e prestar atenção em seus filhos, as
atividades ficam mais difíceis de conciliar quanto mais similares elas forem”.
É o que comprova a pesquisa. Uma mistura (embaralha) com a outra e a eficácia
das mesmas fica comprometida.
Experimente duas
coisas simultaneamente e comprove os resultados da pesquisa de que o cérebro na
busca da eficiência quer trabalhar com uma coisa de cada vez, isto é, precisa
desligar ou terminar a informação anterior para começar outra, e, assim
sucessivamente. Ainda, segundo a pesquisa, no presente, a obsessão pela
multitarefa pode gerar estresse. E que estresse!
Disse,
inicialmente, que gostaria de uma prova científica, pois eu mesmo me sinto
perdido quando ocorrem simultaneamente dois eventos, como por exemplo,
escrevendo um artigo, cuja concentração é indispensável já que todo o esforço
da memória está conectado com a reflexão e, neste momento, toca o celular ou o
telefone e alguém, de algum lugar, pergunta: você pode atender agora? Pronto,
bastou minha atenção voltar para dar uma resposta, paro de escrever, o
pensamento dispersa e volta sua atenção para a fala do outro, com uma conversa
diferente do que se estava escrevendo e, uma vez cessada a conversa vem o
clássico “onde eu estava mesmo? O que eu estava escrevendo?”. Embaralhou e a
seqüência fica comprometida. Mesma coisa em uma sala de aula, quando alunos ficam
conversando atrapalhando a seqüência da exposição, provocando ruídos de
comunicação, ou, mesmo quando alguém faz uma pergunta pouco associada com a
matéria que está sendo apresentada e o fio da meada se solta do interruptor.
Minha opinião: no
convívio com o jovem universitário sinto que a pesquisa é validada pelo
comportamento estressado quando tem muito que fazer. Atende celular
simultaneamente quando está estudando ou escrevendo, fica ligado na internet
com fone de musica no ouvido, dispersa, voa e não se concentra. Gasta muito
mais tempo para terminar a atividade principal. Nestes instantes, ao vê-lo
afobado, lembro-lhe do “comportamento do pato”, que “anda, nada e voa e não faz
nada direito”. Daí passar-lhes a dica: verifique sua agenda, definindo prioridades
e vencendo-as cada uma a seu tempo, concentrando-se. Verificará que seu tempo,
precioso por sinal, é racionalizado e ganha em eficiência já que administrar o
tempo estabelecendo prioridades do que é importante é arte e ciência ao mesmo
tempo. Faz bem para o cérebro e para seu controle emocional.
Experimente.
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Sinopse da pesquisa se encontra na: Revista da Semana, Ano 2, Edição 58, n. 40, 16/10/08, p. 26 (Edit. Abril). Leitura para reflexão aos ingressantes em Engenharia Agronômica.