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Uma breve análise do uso de herbicidas pré emergente na agricultura desenvolvida no Cerrado Brasileiro.

19/09/2019 - Por evaldo kazushi takizawa
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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Os últimos 20 anos a agricultura brasileira sofreu profundas mudanças no manejo de plantas daninhas, entre inúmeras destas alterações, vale a pena destacar o aparecimento de espécies de plantas daninhas resistentes aos principais herbicidas e a criação e uso de plantas transgênicas resistentes a Glifosato e Glufosinato de amônio.

Mas como resultado de tanta evolução no setor de controle de plantas daninhas, houve uma reação da flora de plantas daninhas tanto na diversidade como na tolerância aos herbicidas mais frequentes, é o dinamismo da natureza claramente demonstrando a sua força.

No momento estamos vivendo uma fase de nova transformação, como ondas que vão e voltam as técnicas de controle de plantas daninhas se assemelham a esses movimentos. O uso de herbicidas pré emergentes teve seu momento de glória no passado em várias culturas como a soja, milho, algodão entre outras; depois os herbicidas pós emergentes seletivos como do grupo dos inibidores de ALS e ACCase tiveram um período de prevalência e posteriormente substituído pelo glifosato com as plantas transgênicas Roundup Ready e GlyTol (soja, milho e algodão).

O resultado da facilidade de manejo das plantas daninhas de cada inovação foi o uso intensivo destas tecnologias e muitas vezes sem critério, isso teve como reflexo a seleção de plantas daninhas tolerantes e resistente a esses herbicidas, algo perfeitamente normal quando se exerce esta pressão de seleção e para próxima onda exige medidas mais difíceis e onerosas para evitar os danos das plantas daninhas.

Como as alterações na flora de plantas daninhas ocorre de forma tão sutil e nem sempre o agricultor percebe estas mudanças e quando sua lavoura é tomada por uma nova espécie há uma surpresa como se houvesse uma explosão destas infestações e o torna refém de controles mais drásticos.

A solução nem sempre está nas tecnologias que estão por vir como a tolerância ao herbicida Dicamba, herbicidas a base de 2,4D ou do grupo dos herbicidas HPPD que mais uma vez parece a forma mais eficiente e fácil, temos que distinguir o que são boas práticas agronômicas dos controles “fáceis” que podem disfarçar a repetição dos mesmos erros.

Uma das respostas e não única podem estar na revitalização de herbicidas pré emergentes e dentro do meio científico este assunto é tema de diversos diálogos entre os especialistas em plantas daninhas como medida de segurança, suporte e sustentabilidade das novas tecnologias futuras, cabe a todos os profissionais da área agrícola voltarem seus olhares para os herbicidas pré emergentes agora com uma visão voltada a evitar as falhas do passado e acrescentar os conhecimentos mais recentes.

A convivência entre todas as tecnologias de controle de plantas daninhas e culturas podem não ser harmônicas quando se fizer uso indevido de qualquer uma dessas técnicas existentes, como exemplo e para esclarecer as dúvidas podemos elencar os riscos de resíduos ou “carry over” do herbicida pré emergente para cultura posterior, esta abordagem está cada vez mais frequente na agricultura desenvolvida em países como os Estados Unidos da América e as pesquisas buscando entender melhor todo o mecanismo de degradação do herbicida é essencial para garantir a segurança necessária para as boas práticas agronômicas.

O surgimento de novas tecnologias de informação com uso de sensores e imagens podem identificar com melhor clareza todos os focos de plantas daninhas e no futuro calibrar melhor as quantidades e doses de herbicidas aplicados.

Ainda na revitalização de herbicidas pré emergentes antigos estão sendo conduzidos pesquisas com compostos capazes de proteger a cultura ou “safeners”. Diante disso há uma grande ampliação dos modelos de controle de plantas daninhas para prover o agricultor das melhores ferramentas nesta área.

O sistema de manejo das plantas daninhas deve ampliar seus paradigmas e para prover a mais eficiente e eficaz solução para o agricultor deve buscar a melhor combinação de estratégias de controle de plantas daninhas, isso inclui sem dúvida o uso de todos os recursos inclusive os herbicidas pré emergente na forma tradicional antes da semeadura da cultura de interesse ou depois no controle pós colheita a critério da recomendação de um bom profissional da área agrícola.

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