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Trotes sem Cabimento (Drepo F70)

30/11/2015 - Por eduardo pires castanho filho
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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Num causo anterior foram descritos alguns dos trotes famosos na época. Outros foram sendo lembrados e muitos eram desagradáveis, ou mesmo dolorosos ou ainda tinham conotação sexual.

A reação ao trote dependia muito, é lógico, da personalidade de cada um, mas de modo geral os bichos recém chegados para fazer o vestibular eram os que mais sofriam. Não conheciam ninguém, eventualmente algum colega de cursinho. Não sabiam direito o que seria uma república e eram aterrorizados pelas histórias dos trotes. "O filho do Getúlio Vargas morreu num trote aqui na ESALQ" era a história menos traumática.

Já os proto bichos que faziam cursinho em Pira, e já moravam em repúblicas passavam tranquilos pelos trotes. Os famosos "bicho biscate" que até pediam para levar trote pra ver se descolavam uma boia diferente. Da lista abaixo ficavam só nas engraxadas.

Telefonema interurbano - colocavam o bicho de joelhos em frente da privada, mergulhavam a sua cabeça na água e davam a descarga. Não dava pra entender a "graça" disso, muito menos a integração futura que iria proporcionar.

Cadeira elétrica - numa cadeira de ferro e assento de molas, ligavam- se os dois fios desencapados que eram introduzidos numa tomada uma tomada. Colocava-se um pedaço de carne"sentado" nas molas e o fio na tomada. O cheirinho de torrado era aterrador.

Aí, pra variar: "bicho tira toda a roupa!". Bicho pelado era então vendado,  molhado e sentado na cadeira. Amarravam os pulsos e os tornozelos com arame" para a energia passar mais fácil". Normalmente nessas alturas a coisa já tinha desandado. O calouro gritava, esperneava, alguns choravam, outros xingavam. Tortura psicológica, sim senhor! No final quando diziam que era pra ligar a tomada jogavam um balde de água gelada no bicho e dá- lhe cachaça. Apesar da violência era relativamente comum e comportava variantes.

Engraxada - era o mais comum. Engraxar as botas, botinas e sapatos de toda uma república. À vezes isso representava dezenas de pares e sempre tinha um veterano pentelho que mandava repetir o serviço porque o brilho não estava bom.

Guerra dos 6 dias - por ocasião da Guerra dos 6 dias entre israelenses e árabes se fez uma representação do conflito em termos de trote. Se pegavam muitos bichos de uma vez e os levavam para a república. Lá, pra variar, todo mudo pelado e cheio de cachaça, "vestidos" com panelas na cabeça e "armados" de mel e pó de café. A "aviação" jogava os produtos do 2º andar e os bichos tinham que acuar os adversários até a parede oposta. A "melequeira" ao final era tal que quem levava o trote eram os veteranos, já que a casa ficava literalmente inabitável.

Trem da paulista - o trem que vinha se São Paulo aos domingos raramente atrasava.

Azar dos bichos que vinham por ele. De São Paulo um ou dois, mas de Jundiaí e Campinas juntava um monte. Era uma farra na chegada, apesar de noite já fechada. Dificilmente dava pra escapar da sanha trotista.

 Trono - muito dolorido e perigoso. Colocavam o bicho sem calças sentado em cima de um formigueiro lava- pés. Se não fosse retirado a tempo acabava indo pro hospital.

Eduardo Pires Castanho Filho (Drepo F70) Engenheiro Agrônomo, Ex morador da Republica do Pau Doce

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