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THE BOXER
24/10/2016 - Por marcio joão scaléaAtenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.
THE BOXER
"...
Now the
years are rolling by me,
They are
rocking evenly,
I am older
than I once was
And younger
than I´ll be,
That´s not
unusual.
No it isn´t
strange,
After
changes upon changes
We are more
or less the same."
O trecho acima, da letra de Simon and Garfunkel para a música
The Boxer, merece algumas reflexões.
Para começar, estes versos não aparecem em todas as versões
dessa música. No show do Central Park
Outro aspecto interessante é a óbvia menção à idade : somos
mais velhos do que fomos e mais novos do que iremos ser. Ou seja, nascer novo e
ficar velho é absolutamente normal, mas parece que a humanidade não entende ou
não aceita este fato natural. O que o Velho mais tem visto hoje em dia são
homens e mulheres tentando, através dos mais diversos artifícios, disfarçar a
idade. Meninas maquiadas como velhas, velhas vestidas como meninas. Agindo como
meninas. Remendadas de cima até em baixo para parecerem meninas. Meninos
vestindo-se como velhos e velhos vestindo-se como rapazes. Agindo como rapazes.
Comportando-se como rapazes, como é praxe nessa geração chamada de "geração
saúde". À base de jóias, próteses, hormônios e suplementos alimentares, as
"bombas". Seria cômico se não fosse ridículo e triste.
Mas a reflexão lapidar é a que insinua que nascemos e
envelhecemos, vivendo as mais diversas experiências, experiências essas que
aparentemente nos modificam, pois amadurecemos, com o tempo. Mas permanecemos,
no fundo, mais ou menos os mesmos. O medroso não aprende a ser corajoso. O
fútil não adquire a visão da essência. O triste será sempre triste. Assim como
o apaixonado morrerá se apaixonando. O tímido, por mais que se esforce em
exorcizar sua timidez, seguirá com ela pela existência afora. O solitário
estará sempre solitário, mesmo no meio de uma multidão de amigos. O alegre,
este sim corre grande risco de se entristecer, mas de modo efêmero, a alegria
retomará o seu lugar.
O Velho começou a reflexão partindo do popular, citando Simon
and Garfunkel, para terminar com o erudito, citando Goethe :
"O efêmero reluz, seu
brilho é passageiro,
O autêntico perdura,
eterno, verdadeiro".