Blog Esalqueanos

THE BOXER

24/10/2016 - Por marcio joão scaléa
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

4282 views 0 Gostei 0 Não gostei

 

THE BOXER

 

"...

Now the years are rolling by me,

They are rocking evenly,

I am older than I once was

And younger than I´ll be,

That´s not unusual.

No it isn´t strange,

After changes upon changes

We are more or less the same."

 

O trecho acima, da letra de Simon and Garfunkel para a música The Boxer, merece algumas reflexões.

 

Para começar, estes versos não aparecem em todas as versões dessa música. No show do Central Park em New York, por exemplo, eles não são cantados.

 

Outro aspecto interessante é a óbvia menção à idade : somos mais velhos do que fomos e mais novos do que iremos ser. Ou seja, nascer novo e ficar velho é absolutamente normal, mas parece que a humanidade não entende ou não aceita este fato natural. O que o Velho mais tem visto hoje em dia são homens e mulheres tentando, através dos mais diversos artifícios, disfarçar a idade. Meninas maquiadas como velhas, velhas vestidas como meninas. Agindo como meninas. Remendadas de cima até em baixo para parecerem meninas. Meninos vestindo-se como velhos e velhos vestindo-se como rapazes. Agindo como rapazes. Comportando-se como rapazes, como é praxe nessa geração chamada de "geração saúde". À base de jóias, próteses, hormônios e suplementos alimentares, as "bombas". Seria cômico se não fosse ridículo e triste.

 

Mas a reflexão lapidar é a que insinua que nascemos e envelhecemos, vivendo as mais diversas experiências, experiências essas que aparentemente nos modificam, pois amadurecemos, com o tempo. Mas permanecemos, no fundo, mais ou menos os mesmos. O medroso não aprende a ser corajoso. O fútil não adquire a visão da essência. O triste será sempre triste. Assim como o apaixonado morrerá se apaixonando. O tímido, por mais que se esforce em exorcizar sua timidez, seguirá com ela pela existência afora. O solitário estará sempre solitário, mesmo no meio de uma multidão de amigos. O alegre, este sim corre grande risco de se entristecer, mas de modo efêmero, a alegria retomará o seu lugar.

 

O Velho começou a reflexão partindo do popular, citando Simon and Garfunkel, para terminar com o erudito, citando Goethe :

 

"O efêmero reluz, seu brilho é passageiro,

O autêntico perdura, eterno, verdadeiro".

PUBLIQUE NO BLOG!