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Sustentabilidade: Caminho sem Volta (Roque F73)

16/04/2016 - Por antonio roque dechen
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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Sustentabilidade: Caminho sem Volta.

Por Antonio Roque Dechen, Professor Titular do Departamento de Ciência do Solo da ESALQ/USP, Presidente da Fundação Agrisus, Presidente do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS) e Membro do Conselho do Agronegócio (COSAG-FIESP).

No dia 15 de abril comemoramos o Dia Nacional da Conservação do Solo.  A data é uma homenagem a Hugh Hammond Bennett, nascido em Wadesboro na Carolina do Norte (EUA), considerado o Pai da Conservação do Solo e idealizador dos Distritos de Conservação do Solo.  Bennett dedicou sua carreira e vida para prevenir a perda de solo nos Estados Unidos, educar o País sobre as graves consequências da erosão do solo e convencer o governo federal a dar atenção nacional ao problema.

Desde 1905, Bennett defendia a Conservação do Solo e, finalmente, em 1929 convenceu o Congresso dos EUA da necessidade crítica de reforço das atividades de conservação do solo.  Em 1954, a convite do Dr. Guido César Rando, Diretor da Divisão de Conservação do Solo do DEMA/SAA, da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo e da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, visitou o Estado de São Paulo para conhecer e avaliar o trabalho de conservação do solo que ali se fazia.

No Instituto Agronômico, João Quintiliano de Avelar Marques e José Bertoni eram os pesquisadores da Seção de Conservação do Solo e na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ), Guido Ranzanni e Octávio Freire.

No Estado de São Paulo, por sugestão do Dr. Guido César Rando (DEMA) ao Dr. Renato Costa Lima, Secretário de Agricultura, sob o Decreto-lei nº 24.169 de 18 de janeiro de 1955, foi criado o Dia da Conservação do Solo, a ser comemorado em 15 de abril.

Por propositura do Senador José Passos Porto, engenheiro agrônomo e político radicado em Sergipe, a lei 7876 de 13/11/1989 instituiu o Dia Nacional da Conservação do Solo a ser comemorado também em 15 de abril.

Dentre as referências sobre a conservação do solo, destaca-se a de Arthur Mangarino Torres Filho no discurso proferido por ocasião de sua formatura na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ) em 1910: “O solo é a pátria, cultivá-lo é engrandecê-la”.  Esta frase tornou-se o lema da Revista “O Solo”, do Centro Acadêmico Luiz de Queiroz.

Este ano, na solenidade comemorativa do Dia Nacional da Conservação do Solo, no VIII Seminário sobre Conservação do Solo e Proteção de Recursos Naturais, realizado no Instituto Agronômico, em Campinas nos dias 14 e 15 de abril de 2016, Sérgio Murilo, representando o Secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo Deputado Arnaldo Jardim, juntamente com o Dr. Orlando Melo de Castro, Coordenador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios e do Diretor do Instituto Agronômico, Dr. Sérgio Augusto Carbonell, procederam ao lançamento do Boletim de Recomendações Gerais para a Conservação do Solo na Cultura da Cana-de-Açúcar, um trabalho conjunto da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, da Coordenadoria da Assistência Técnica Integral, da Coordenadoria da Defesa Agropecuária e do Instituto Agronômico.  O referido material encontra-se à disposição no site do Instituto Agronômico (http://www.iac.sp.gov.br/publicacoes/publicacoes_online).  Certamente, este será um marco importante nas ações de conservação do solo, pela grande área cultivada com a cana-de-açúcar no Estado de São Paulo e que deverá também ser referência para outros Estados.

Durante a palestra proferida pelo engenheiro agrônomo Hugo de Souza Dias, ele fez uma observação muito interessante: “A erosão rouba a herança do paulista de amanhã”.  Sem dúvida, devemos cuidar do nosso solo para preservar sua capacidade produtiva.

O Dr. Fernando Penteado Cardoso, fundador e presidente honorário da Fundação Agrisus, sempre se refere ao nosso solo com a frase: “O solo é um bem que tomamos emprestado dos nossos sucessores¨.

Podemos também sugerir um adendo à frase de Arhur Mangarino Torres Filho, adequando-a aos nossos tempos: O solo é a pátria, cultivá-lo e conservá-lo é engrandecê-la e garante a sustentabilidade e a vida.

Cuidemos, portanto, do nosso solo, pois sua sustentabilidade é a base da nossa sustentabilidade.  Estamos num caminho sem volta.  Avante São Paulo!  Avante Brasil!

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