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Sobre a polêmica envolvendo a Ministra Tereza Cristina e a aluna de Gestão Ambiental da ESALQ (Katia Beltrame; F85)

16/01/2020 - Por katia goldschmidt beltrame
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Ouvi o discurso da aluna de gestão ambiental da ESALQ com um misto de espanto e repugnância, meu coração acelerou e o peito estreitou em um nó na garganta ao ouvir a voz tremula da aluna, que colocava seu ponto de vista em relação a escolha da Ministra Tereza Cristina como paraninfa das turmas da ESALQ do ano de 2019.


Já na introdução o discurso deixa claro seu viés político partidário e a moça passa a recitar todos os clichês típicos da esquerda caviar, responsabilizando o governo Bolsonaro e a bancada ruralista, por todos os males que assolam o País desde os incêndios na Amazônia aos conflitos que envolvem índios, negros, lgbtq+, quilombolas, agricultores e ambientalistas.


Prossegue a moça e despeja sobre a Ministra e a plateia um carnaval de besteiras e insensatez prosseguindo com suas alucinações e "fatos incontestáveis" a luz de sua ideologia partidária.


Ataca a única atividade no País que, independentemente de governos, sempre deu certo acumulando recordes em produtividade e produção, gerando riquezas, empregos e impulsionando o PIB nacional.


Esse modelo de negócio tão criticado pela jovem formanda representa aproximadamente 23,5% do PIB nacional, 44% das exportações e pasmem...43% dos empregos no Brasil, ou seja, quase metade dos trabalhadores brasileiros. Se hoje a maioria da população brasileira e mundial tem comida no prato, muito se deve ao trabalhador do agronegócio brasileiro, que levanta com o sol nascendo e vai para seu trabalho, para sua lida, dura, sofrida, mas acima de tudo: amada.


A moça diz que a Ministra Tereza Cristina não representa nenhuma ou nenhum dos formandos da ESALQ!!! Será mesmo? Quem lhe deu procuração para falar em nome de todos os formandos e formados pela ESALQ? Será que uma MULHER com uma carreira brilhante, cuja atuação frente ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento tem quebrado paradigmas, atualizando legislações emperradas, que tanto atrapalham e dificultam o trabalho dos profissionais ligados ao agronegócio brasileiro não representa a grande maioria dos alunos e docentes da ESALQ em 2019? Não, não acredito, que não represente. Talvez possa representar uma pequena parcela dos 40 alunos do curso de Gestão Ambiental, mas com certeza entre os 200 alunos do curso de Engenharia Agronômica, os 40 alunos de Engenharia Florestal, os 40 alunos de Administração, os 30 alunos de Ciências Biológicas, os 40 alunos de Ciências dos Alimentos e os 40 alunos de Ciências Econômicas, devem sim se sentir representados pela Ministra Tereza Cristina.


Perdeu a mocinha a grande oportunidade de ficar quieta e aprender, que se alguma coisa não lhe agrada, tente fazer melhor, tente agregar e resolver problemas. Muitas novidades lhe aguardam no mundo do mercado de trabalho, quem só tem garganta não sobrevive. Nos meus 35 anos de formada e trabalhando como Engenheira Agrônoma digo a você: ganhe mais sustança antes de criticar o Agronegócio Brasileiro, exerça sua profissão durante décadas, acumule experiencias de vida, enfrente todos os desafios de ser mulher e profissional e se você acha que as coisas estão erradas dê sua colaboração para melhorá-las. Espelhe-se na admirável Ana Primavesi que sempre defendeu suas ideias com sabedoria, educação e trabalho, muito trabalho. Em toda sua respeitável carreira, na qual eu também me espelho, a crítica sempre foi construtiva e seus embates sempre foram técnicos e não políticos.


Você está formada em um belíssimo curso e pode atuar de forma decisiva na administração dos recursos naturais, preservando seu equilíbrio e sua conservação, seja proativa em palavras e atitudes, construa uma carreira sólida, ajude todas as pessoas que cruzarem seu caminho, faça escolhas certas. Contribua com seu trabalho para melhorar a agricultura, a pecuária e transforme suas palavras em fatos.


Engenheira Agrônoma Kátia Goldschmidt Beltrame (F85)

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