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Sagüis Soteropolitanos (Drepo F70)
16/05/2016 - Por eduardo pires castanho filhoAtenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.
Quando estavam no segundo ano (1967) resolveram ir a Salvador em oito valentes numa Kombi, emprestada pelo pai do Drepo. Eram eles, além do perueiro: Catarina, Mauricinho, Zanaga, Bessa, Fuad, e os veteranos Bidú e Zé Prefeito.
A proposta era ir revezando na direção e não parar, a não ser para o estritamente necessário. Saíram de Piracicaba depois do almoço e pegaram a BR- 116 após a meia noite, em Além Paraíba. Depois foram passando por Muriaé, Caratinga, Governador Valadares. Paradas a cada duas horas porque ninguém era de ferro. Na seqüência Teófilo Otoni, Vitória da Conquista, Jequié, e depois Feira de Santana e Salvador. Comprida que só um demônio!
Entre Minas e Baía algo aconteceu com o veículo e foi preciso parar por um bom período para consertar a perua. Isso retardou bastante o “cronograma” da viagem, cuja execução estava a cargo do “veterano” Zé Prefeito.
Logo na chegada a Salvador, depois de dois dias de viagem (com a quebra no meio do caminho), foram dormir na Lagoa do Abaeté, absolutamente desértica na época, onde comeram uma divina peixada feita por um pescador local, e descansaram diretamente nas areias branquíssimas da Lagoa.
A fome, misturada com peixes e legumes, e a magia do local, criou uma especialidade culinária jamais repetida.
Conheceram os pontos turísticos locais, principalmente Mercado Modelo, Pelourinho, Elevador Lacerda, Farol da Barra, Amaralina e Nosso Senhor do Bom Fim. Mas, em oito dentro de uma Kombi, ao sol de Salvador, não havia o que melhorasse muito o humor dos viajantes, que já se dividiam em grupos rivais, cada qual querendo fazer um programa e a Kombi, única.
Participaram de reuniões do movimento estudantil e tiveram muita dificuldade com alojamento, porque havia um congresso na cidade e estava tudo lotado.
Pra comer também não foi nada fácil, já que os restaurantes universitários estavam super lotados e eles eram considerados “bicões”. Quando a coisa ficou muito azedada resolveram que era hora de retornar.
Na volta compraram, além dos inevitáveis berimbaus, dois sagüis na estrada:
Odienta época de contrabando de animais silvestres!
A vingança dos bichinhos veio a galope. Eles acabaram por morder, de uma forma ou de outra, todos os integrantes da “comitiva”, durante os passeios que davam dentro da Kombi.
Ao chegar a Pira tiveram que tomar quase quatro dezenas de injeções nas respectivas barrigas, já que um dos macaquinhos morreu e foi diagnosticado “post mortem” com hidrofobia. O outro sagüi, batizado Bartolomeu, viveu durante quase vinte anos numa fazenda perto de Araçatuba.