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Revolução começa com PoC e Pov (Hulq, F99)

30/10/2018 - Por marco lorenzzo cunali ripoli
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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(Artigo publicado na Revista Plant Project)

Superar a concorrência e melhor atender o cliente são temas comuns no dia-a-dia das empresas e no agronegócio.  Para que isso aconteça, é necessário um processo constante de inovação de portfólio, principalmente quando falamos de soluções IoT (Internet das Coisas).

Infelizmente, por trás da inovação existe uma triste realidade que grande parte dos novos projetos nem se quer passa da fase da descoberta inicial ou mesmo da Prova de Conceito (PoC). 

De acordo com analistas, mais de 75% de todos os projetos de IoT iniciados no mundo estão dentro desta estatística, mas como mudar isso?  Teremos em 2020 mais de 50 bilhões de dispositivos conectados (incluindo as máquinas e equipamentos) no mundo.  A melhor forma de garantir o sucesso é realizando PoC’s de forma adequada e demonstrar o valor via conceito de Prova de Valor (PoV).

Podemos citar cinco práticas que contribuem para o sucesso de novos projetos de produtos conectados.  São eles:

1. Construir e demonstrar o valor do produto

Muitas empresas se preocupam em garantir a viabilidade técnica do projeto antes mesmo da viabilidade do negócio.  As PoC são de responsabilidade dos departamentos de engenharia de produtos e os times de negócios (ex. comercial) na maioria das vezes não é envolvido, o que ao meu ver é um erro.  Envolver o comercial desde o início do projeto é construir em conjunto do PoV que aumentam as chances de sucesso. É preciso convencer todos dos benefícios daquele projeto -- tarefa mais difícil do que apenas provar a viabilidade técnica do produto.

2. Qualidade e precisão dos dados

Para iniciar um PoC de qualidade se buscam dados de clientes (de atendimento ao cliente, ou armazenados em máquinas e equipamentos, etc.) de alta qualidade, o que muitas vezes não é possível, principalmente devido a limitações orçamentárias. Deve-se ter cautela com os dados a serem utilizados para o PoC, para não mascarar os resultados.

3. Verificar a escalabilidade

O uso de simuladores que repliquem corretamente o comportamento da solução para obter resultados precisos é fundamental, pois a extrapolação simplesmente por si só não é suficiente!  Por outro lado, o uso de simuladores aumenta os custos do projeto e devem ser distribuídos de forma a proporcionar melhor resultado para desenvolver a PoC.

4. Invista tempo e recursos

As PoC’s normalmente trabalham com restrições de tempo e custos.  Se você fizer um PoC de 8 semanas e esperar que os resultados para ditar a sua estratégia de longo prazo, você pode iniciar um projeto que comprometerá sua atuação no futuro.  Sabe porque?  Este tempo não é o suficiente para fazer o nível de diligência necessária para uma estratégia de longo prazo.

5. Esforço multidisciplinar

A Prova de Conceito deve ser um processo multidisciplinar desde o início, na maioria das vezes um projeto é bem sucedido quando a equipe de vendas entrega ao cliente o que ele realmente precisa e valoriza.  Raramente, como já mencionado, se começa um projeto com o envolvimento de outros times e/ou departamentos.

Quanto maior o cuidado no início do processo de desenvolvimento de uma solução, maior a sua chane de sucesso.

O Agro não para!

 

* Marco Lorenzzo Cunali Ripoli, Ph.D. é Engenheiro Agrônomo e Mestre em Máquinas Agrícolas pela ESALQ-USP e Doutor em Energia na Agricultura pela UNESP, executivo, disruptor, empreendedor, inovador e mentor. Proprietário da BIOENERGY Consultoria, da ENERGIA DA TERRA empresa de alimentos saudáveis e investidor em empresas.

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