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Retomando o assunto do logo: porque uma imagem vale mais do que mil palavras (Loko-s/pre; F-15)

01/06/2018 - Por caio de oliveira loconte
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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Sempre que ando pela ESALQ, me sinto em casa. 

Me lembro do primeiro dia quando, meio atrasado e muito perdido (não fazia ideia aonde seria a aula), dei de cara com o Prédio Central e pensei: "Eu estou aqui, e agora eu sou daqui. Essa agora é a minha Escola". Anos depois, ainda paro para admirar os prédios e jardins da ESALQ, e tenho certeza que esse sentimento de amor, pertencimento e respeito é comum a todos nós esalqueanos.

Quando fiquei sabendo que houve uma proposta de alteração do logo, me senti na obrigação de ir procurar mais informações: afinal, como escreveu o dr. Samurai, "estão mexendo em algo que considero meu". Imaginei mudanças refinadas, trazendo realmente a modernidade, a seriedade e o refinamento - como aconteceu, por exemplo, no logo comemorativo de 110 anos (se lembram? Procurem ele!).

Porém, fui apresentado à um desenho tosco, no sentido mais literal da palavra: um desenho rude, feito sem apuro. Me surpreendi ainda mais quando constatei, segundo a própria da mensagem da ADEALQ, que esse "amplo trabalho de comunicação" levou 2 anos, envolveu "mais de 2.000 influenciadores"e foi "aprovado por ampla maioria na Congregação" (as aspas foram retiradas da referida mensagem).

Vou ser sincero: não é uma solução inovadora e nem profissional. É, como eu escrevi anteriormente, um desenho tosco, que simplesmente não combina com a ESALQ. As alterações propostas não são uma evolução da imagem, mas sim uma descaracterização desse símbolo, em todos os seus aspectos.

Essa opinião é compartilhada por vários(as) esalqueanos(as): até o momento que estava escrevendo esse artigo, haviam 2.872 assinaturas no site change.org (https://bit.ly/2swTe9p) contra a mudança (já são mais do que os "influenciadores" que criaram o novo logo), e 114 reações (quase todas negativas) no facebook, em um único post da própria ADEALQ.

Eu tenho certeza que essas pessoas, assim como eu, não são contra modernizações. Mas tem que ser algo que represente realmente uma evolução da Escola, do pensamento, da Ciência, da comunidade esalqueana. Tem que ser algo que integre o novo e o antigo, que abrace novos e velhos esalqueanos.

Vou citar três comentários do facebook: 

- "(...) As cores não estão legais, a deusa Ceres está estilizada de uma maneira muito feia, sem proporção... Cadê o verde? Esse logo ficou com cara de burocracia, frio/impessoal, não remete à nossa Universidade e nem às Ciências Agrárias" (Anna Paula S Silva)
- "Lastimável, ficou horrível! E como uma das pessoas que participou de boa fé do questionário sobre a logomarca, me senti enganada!!! Em momento algum no questionário deixou[-se] claro esse tipo de alteração!" (Simone Dias Lantana)
- "A postura de vir a público e fazer um vídeo explicativo é louvável. Porém, está claro que a solução da novo logo não está agradando a comunidade esalqueana. (...) O logo afeta a identidade de todos nós, não apenas daqueles ingressos aos novos cursos, mas dos muito[s] milhares de egressos que efetivamente ajudaram,e muito, a fazer o nome que a ESALQ é hoje (...)" (Michel Hr Santos)

Reparem que nenhum dos comentários demonstra posição contrária à modernização ou atualização dos símbolos - e, ao mesmo tempo, todos trazem fortemente um sentimento de pertencimento, de querer o melhor para a ESALQ. Vamos sim fazer algo novo, vamos criar um símbolo da agricultura moderna, vamos pensar em algo que integre os novos cursos... Mas vamos fazer isso direito, e chegar em uma solução que promova orgulho à comunidade esalqueana.

A atual proposta não é o que nós, esalqueanos, esperávamos da Diretoria e nem é o que queremos como representação da nossa Escola. Não combina com a grandiosidade e com a nobreza da história da ESALQ. Vamos procurar algo moderno e novo que desperte o mesmo sentimento que a tradição, representada no Prédio Central, despertou para mim quando o encarei pela primeira vez.
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