Blog Esalqueanos
Reflexão tardia, mas necessária. (RG; F90)
25/04/2020 - Por andré malzoni dos santos diasAtenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.
Acordei hoje convencido de que fomos todos manipulados.
Tenho dúvidas sobre se a maioria deste e de outros grupos de ´gente relativamente normal´ votaria novamente no Bolsonaro.
Acredito ainda por ora, contudo, que 99% responderiam com um sonoro sim.
Ora, votamos todos no Bolsonaro para evitar o mal maior, certo?
Caros colegas: caímos numa grande armadilha. O mal é este que está aí e nos assola sob os pontos de vista moral, econômico, político e social em sua perspectiva vital, a saúde pública.
A polarização radical, concluí hoje, é nefasta, perigosa, traiçoeira.
Direita-esquerda, vermelho-azul, capitalismo-socialismo e, finalmente, o inadmissível:
- o certo-errado, que tem de estar invariavelmente associado a uma das opções acima.
Hoje, diante desse cardápio limitante de alternativas, me sinto desapontado, além do possível, ao notar que o "presidente Bolsonaro" alçou toda a família ao poder, do 01 ao 04, este último o "pegador do condomínio", segundo o próprio pai, autointitulado "cristão".
Ante à evidente inépcia para governar como um estadista o faria, o presidente fomenta, viabiliza, dá voz e encoraja os amigavelmente chamados ´bolsominions´ nas redes sociais.
Esse grupo dissemina o ódio e este, na visão do ocupante do Palácio do Planalto, é o caminho para se reeleger em 2022.
Segundo essas pessoas, trata-se do único recurso para daqui a dois anos evitar-se, novamente, o "mal maior".
Será mesmo?
Lanço no ar a dúvida e convido aos amigos a ler o artigo do colega Maurício Nogueira (Big Bem; F97) em nosso blog:
https://www.adealq.org.br/blog/voce-votaria-de-novo-em-bolsonaro-big-ben-f97-2176
Ele analisa com clareza comportamentos semelhantes entre os grupos polarizados.
Estou certo, hoje, de que evoluímos bem nesse processo abrupto de transição política.
Estou certo ainda de que o País e o mundo serão diferentes, para melhor, após a pandemia do coronavírus.
Já repenso, por exemplo, meu voto no primeiro turno da última eleição presidencial, ansioso que sou. Votei no Bolsonaro com objetivo de "matar o mal de primeira". Caí na armadilha vil exposta nestas linhas. É ingenuidade, percebo agora, crer que o ´voto útil´ resolve nossa vida frente ao exército de radicais pertencentes aos "dois lados".
Conforme o artigo do Mauricio, ambas as tribos, suposta e diametralmente opostas, se assemelham.
O texto do colega traz à luz ainda a serenidade da opção da escolha racional. Mostra que se uma das tribos tende a anular a outra, e a radicalização enfadonha perseverar, ambos grupos devem somar uns 30% no próximo pleito, persistindo também decepções dos brasileiros em relação às alternativas à esquerda e à direita.
Ora pois, haverá outros 70% capazes de eleger uma alternativa benéfica ao Brasil, desapegada da mesquinhez e do pensamento limitado.
Que venham as alternativas.
André Malzoni dos Santos Dias (RG F90) Engenheiro Agrônomo, Consultor e Empresário, é Presidente na atual Diretoria da ADEALQ, Ex-Mourante da República Gato Preto e Ex-Full Back da equipe de Rugby