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Quando algo não vai bem (Iskrépi; F11)

22/06/2021 - Por luciana okazaki
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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Eu costumava pensar que quando algo não ia bem era só resolver aquele problema e acabou. Reto e direto ao ponto. Bem engenharia, né? Será que só eu era assim?

 

Quando eu tive meu breakdown (a crise das crises) o que passou pela minha cabeça era: "preciso resolver minha vida profissional. Eu não gosto do que faço, portanto preciso encontrar o que gosto". E lá fui eu tentar resolver esta situação.

 

O problema era que eu não consegui logo de cara encarar isso de frente. Não era simplesmente girar uma chave e dizer: "ok, agora não vou mais trabalhar com agronegócio e vou trabalhar com x, y ou z".

 

O buraco era mais embaixo. Sempre é.

 

Não bastava agir com meu racional: entender os prós e contras de determinada carreira, fazer listas mentais (ou escritas) do que eu faria ou não faria ou iniciar um processo de coaching para buscar meu resultado almejado.

 

O que estava em jogo eram outros fatores: questões como medo do julgamento, traumas, medo da rejeição, autoestima desequilibrada, falta de autorresponsabilidade, angústias e dores. Questões que foram camufladas e negligenciadas por muito tempo, seja por falta de coragem ou por falta de ferramentas para lidar com elas. Dor dói e nós seres humanos invariavelmente procuramos evitá-las, sobretudo quando vivemos num piloto-automático.

 

Passei um ano fazendo terapia. Um ano tratando de problemas e sintomas que não tinham nada ou quase nada a ver com a carreira profissional (que eu achava que o meu maior desconforto). E olha, foi um ano INTENSO de autoconhecimento, reflexões, análises e exercícios para tapar todos os buraquinhos que as minhas dores tinham aberto.

 

Depois que eu resolvi (quase) todas as minhas questões internas, eu me senti preparada para analisar a ´área trabalho´. Eu simplesmente acordei um dia e falei para as minhas duas terapeutas: "este mês vamos entrar nesta seara". E assim foi. Um mês de intensivo analisando, tratando, resinificando tudo relacionado a carreira profissional.

 

O que quero trazer aqui, caros doutores, colegas e bixos, é que percebi como complexos nós somos. É como um relógio cheio de engrenagens: quando uma não está no ritmo certo, as demais por consequência, vão se desajustar também. Não dá para olharmos para um problema sem olharmos para o todo. Especialmente quando se trata de problemas da espécie "ser humano".

 

E é por isso que a terapia integrativa fez tanto sentido para mim. Meu problema não era só o físico (a paralisia): era o emocional (traumas), o mental (medos, gatilhos), o espiritual (falta de um propósito maior na vida) e o energético (pensamentos, negatividade). Não dá para tratar de uma coisa achando que vai solucionar todo o resto. Temos que ajustar todas as pequenas engrenagens do relógio para que os ponteiros voltem a funcionar corretamente.

 

Se hoje você está enfrentando um problema e está focado só naquela questão, se faça a pergunta: "o que mais existe aqui que hoje não estou conseguindo ver?" Uma pergunta empodera e nos abre para as possibilidade que as vezes teimamos em não enxergar.

 

Luciana Okazaki (Iskrépi; F-11) ex-moradora da República Cupido, é engenheira agrônoma vivendo seu propósito como Terapeuta Integrativa

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