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Propriedades privadas - a minha e a sua (Pãtanero)
26/08/2015 - Por tiago alves corrêa carvalho da silvaAtenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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cialis genericoNa segunda-feira da semana passada (17/08/15) a
invasão da Fazenda Figueira (Londrina/PR) causou surpresa e revolta em boa
parte da comunidade ESALQUEANA (1). Notas de repúdio e declarações de ex-alunos
tomaram conta das redes sociais exprimindo a indignação contra este ato
bárbaro. A história desta fazenda e de como ela veio a se tornar parte da
FEALQ, nos ajuda a compreender a fundura do abismo moral que vivemos hoje (2). Alexandre
Von Pritzelwitz assim como Luiz de
Queiroz são exemplos de empresários do agronegócio brasileiro, que por espírito
de extrema visão e compaixão para com as futuras gerações, mudaram o rumo da
agricultura nacional e a vida de milhares de estudantes. Se fossem vivos, esses
Senhores provavelmente seriam enquadrados por alguns destes mesmo "estudantes"
que se beneficiam de suas doações, dentro do grupo pejorativamente intitulado
de ruralistas. Esses mesmos, que são atacados dia após dia por essa esquerda abobada,
detentora exclusiva da bondade e altruísmo existente entre nós.
De maneira curiosa, alguns ex-alunos que no passado endossaram
as ações e invasões do MST se posicionaram contrários ao ato na Faz. Figueira. Como
avaliar essa mudança repentina de posicionamento? Primeiramente, é provável que
a grande maioria dos atuais ou ex-alunos, por mais desinformados que sejam, já
tenham escutado do trabalho de excelência que veem sendo desenvolvido nesta
propriedade (3). Esta, que é referência no desenvolvimento de pesquisas na área
de pecuária com ênfase em sustentabilidade e conservação ambiental, o que
invalida o argumento de propriedade improdutiva.
Mas acredito também que exista um sentimento
conflitante nessa situação, algo que um observador externo não conseguiria
compreender. Não importa a data de formatura, curso, espectro político ou tipo
de moradia estudantil. Todos nós temos a Escola como sendo um pouquinho nossa.
Um sentimento estranho, mas que comungamos ao passar pelo portão principal e
ver o busto de Luiz de Queiroz e o prédio central imponente ao fundo do
gramadão. O coração acelerando no peito e o arrepio dos pelos ao abaixar a
janela e sentir o vento fresco e húmido da matinha com o cheiro do Pau d"alho.
E ver a história da sua vida cruzando na sua frente entre o portão principal e
o flamboyant do laguinho. E agradecer silenciosamente aos céus a oportunidade
de ter vivido tudo isso, e que apesar de tantos anos já passados ainda ter a
sensação de estar chegando em casa. Acredito que este sentimento ajude muito a
compreender esse posicionamento paradoxal.
Apesar dos índices técnicos darem grande sustentação
ao argumento de que esta propriedade definitivamente não é improdutiva, os
mesmos nunca são colocados em consideração quando propriedades alheias são
invadidas. Inclusive propriedades que realizam pesquisa (4) de altíssimo nível,
bem como a Faz. Figueira. Qual a diferença? A diferença é que justiça social boa
é feita com bens alheios, com os nossos nunca!
Agora, imagine se esta situação estivesse acontecendo
com a propriedade da sua família. Imagine que seu titulo e registro de terra
fosse mais antigo que a própria ESALQ e tão legítimo quanto da Fazenda
Figueira. Que você fosse escorraçado como bandido da terra que viu seus avós e
seus pais construindo após anos de batalhas. Que você tentasse contar sua
historia, o quão absurda é esta situação e que seus amigos não conseguissem nem
mesmo compreender. Essa é a situação não só da minha família (5), mas de quase
100 (6) outros produtores somente no estado Mato Grosso do Sul.
A distância entre o mundo rural e urbano dificulta a
compreensão dessas questões por grande parte
da população. A imagem propagandeada Brasil afora, é a que nós produtores
rurais somos todos malévolos exploradores, destruidores do meio ambiente e
assassinos de indígenas. A cegueira ideológica não permite que estes
propagandistas vejam que somos tão maus ou tão bons como eles próprios. E que
nossas propriedades devem ser respeitadas assim como as suas, seja esta um
comercio no centro da cidade, uma casa em um condomínio de luxo ou apartamento
na periferia.
Muito provavelmente também não é do conhecimento da
maioria, que na semana passada um grupo de indígenas além de invadir uma nova
propriedade de forma truculenta utilizando armas de fogo, fizeram a família de
refém e agrediram fisicamente os proprietários (7). A barbárie se repete dia
após dia longe dos holofotes da grande mídia. Nos últimos três anos vi e vivi as
consequências destas ideias nefastas, afetando diretamente os dois bens mais
valiosos de minha vida, minha família e minha Escola. Não seja o próximo a
morrer sentado! Levante-se contra todas as ideias que atacam nossos direitos,
propriedades e liberdades.
Tiago
Alves Correa Carvalho da Silva (Pãtanero)
2. http://www.confea.org.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=203
4. http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/mst-destroi-15-anos-de-pesquisa-em-biotecnologia/
5. http://www.beefpoint.com.br/cadeia-produtiva/espaco-aberto/como-as-acoes-da-funai-ongs-e-cimi-prejudicam-toda-a-populacao-brasileira-por-tiago-alves-correa-carvalho-da-silva/