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Para reduzir é necessário investir (Hulq, F99)

05/05/2018 - Por marco lorenzzo cunali ripoli
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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A FAO (Food & Agriculture Organization ) afirma que mais de um bilhão de toneladas de alimento são desperdiçados por ano em todo o mundo, o equivalente a aproximadamente 25% de todo alimento produzido para o consumo humano.  Grande parte deste desperdício ocorre dentro da própria cadeia produtiva (produção, armazenamento e manipulação), onde o alimento não comercializado e acaba refletindo no aumento do custo de produção.

 

Olhando os últimos 10 anos, a evolução tecnológica em todos os setores no mundo foi impressionante e na Agricultura e Pecuária não foi diferente, pois permitiu grandes mudanças na forma de como o Homem do campo e as empresas trabalham.  Essas novas tecnologias geram benefícios desde o planejamento inicial das atividades, sua condução até a sua execução dentro das propriedades rurais.  Estes avanços possibilitaram o desenvolvimento de atividades que antigamente eram considerados impossíveis.  Isso, muitas vezes, devido ao nível de complexidade da operação, mas também devido as grandes áreas de cultivo onde as escalas produtivas e as cifras empregadas são sempre muito altas, o que rapidamente pode multiplicar o sucesso ou prejuízo do produtor.

 

Falando em Brasil, ainda existe um grande caminho a ser percorrido em relação ao uso de tecnologias...  Hoje máquinas, equipamentos e ferramentas estão disponíveis no mercado que proporcionam praticidade, rusticidade e melhorias no processo produtivo, muita coisa já existe lá fora e ainda não chegou aqui.  Ao meu ver, o próximo passo é investir mais em nas parcerias entre produtores rurais e a indústria de máquinas e químicos por exemplo, para desenvolvimento mútuo de soluções, para que esteja adequada ao que o cliente necessita e não da forma que a empresa acredite que seja a necessidade do cliente.

 

A redução de custos não está somente nas mãos dos produtores rurais!  As taxas de câmbio e juros, os valores das commodities, os preços dos combustíveis / fertilizantes / herbicidas e as políticas de incentivo à produção agropecuária dependem de agentes do governo e de mercados mundiais.  Sendo assim onde é possível influenciar?  Na forma correta de operar as diversas máquinas (isso inclui a manutenção), equipamentos e ferramentas, no momento de negociar a safra e na aquisição de novas tecnologias. 

 

A tecnologia e os investimentos que estão acontecendo no país buscam cada vez mais o Homem do campo a melhorar sua tomada de decisões, sejam elas de caráter estratégico ou operacional.  Algoritmos possibilitam que muitas destas decisões sejam tomadas automaticamente, sem a interferência do ser humano.  Com isso, entre outras coisas, reduzimos tempo nas atividades e de maneira otimizada ao longo da cadeia conseguimos oportunidades de redução de custos.

 

O custo da tecnologia ao longo do tempo vem caindo com a entrada de novas soluções, no entanto é preciso continuar a estimular maior de adoção, que quando aliada ao custo mais acessível de aquisição, permite o agricultor contar com novos meios de coleta, armazenagem, transferência e processamento de dados com muito mais eficácia, rapidez e eficiência, proporcionando reduzir os custos mediante uma melhor coordenação de todo o processo.

 

Invista na redução!

 

* Marco Lorenzzo Cunali Ripoli, Ph.D. é Engenheiro Agrônomo e Mestre em Máquinas Agrícolas pela ESALQ-USP e Doutor em Energia na Agricultura pela UNESP, executivo, disruptor, empreendedor, inovador e mentor.


Artigo publicado nas revistas Strider (Ed.5, 2018) e STAB (Abril, 2018).

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