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Os Barcos Estão Seguros se Permanecem no Porto, mas não Foram Feitos para Isso (Estampilha F68)
15/10/2015 - Por paulo antonio petraquini grecoAtenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

loette precio 2018
loette precio sin receta patemery.azurewebsites.netNem foi feito para ser domado, o prefeito e
Dono da padaria daquela pacata cidade
No estuário do rio que muito serpenteia
Até ir desaguar na barra de Icapara.
Tudo, até então, era calma.
Até o dia em que vieram os homens de energia e do arbítrio
Medir espaços e estabelecer locais
Para mais uma hedionda usina nuclear.
Vieram e não pediram passagem,
Eram soberbos e autoritários.
A quem, alguma coisa perguntasse,
Nada respondiam
E até ameaçavam aos mais inquiridores com IPMs e
Carrancas pouco amistosas.
O prefeito-padeiro logo desconfiou
Que iriam fazer a coisa sem ouvir ninguém.
Pior.
Iriam fazer, incomodando e
Ameaçando a saúde e o sono de muita gente.
Botou, então, uma lei que logo foi aprovada.
E mais. Unanimemente aplaudida pela população.
E também por nós, ambientalistas, de carteirinha ou não.
Que a bem da verdade
Só tínhamos lentas caminhonetes
E barcos ainda mais lentos.
Incapazes de acompanhar
Rápidos aviões e helicópteros
Portadores de diabólicos planos nucleares.
O prefeito-padeiro foi conciso e objetivo.
Dizia a sua lei:
"Usinas nucleares,
Aqui, não."
Perante os poderes maiores de então
A sua lei era pífia.
Nenhum engenheiro energético ou
Militar cumpridor de espúrias ordens
Iria respeitá-la.
Mas ele cumpriu seu dever de líder
E nunca descansou no porto da barra
Para onde ele ia todo fim de semana
Apanhar seu barco e distrair-se pescando
Sempre barra afora
No alto mar
Onde as emoções e os perigos sempre foram maiores.
Sempre ia,
Sempre voltava.
Como bom argonauta
Sempre navegava bem,
Sempre levava salva-vidas.
Um dia, esqueceu-se de prover-se
Daquela mínima segurança.
Foi ao mar, esperando pegar peixes
Esperando também pelo resultado
Da sua luta contra átomos inoportunos.
Esta vitória veio mais tarde
Mas ele não a saboreou.
Naquele dia, com a tormenta, veio apenas a morte.
Assim, não pode comemorar
O seu triunfo e
O triunfo de todos.
Tempos depois,
O seu amigo Kojak, também amigo de barcos e de homens valentes como ele mesmo
Com os olhos marejados por esta e por
Outras saudades
Disse, olhando para o mar:
"Pelo menos naquele dia
O barco deveria ter permanecido
No porto seguro de Icapara".
Paulo Greco (Estampilha F68) Engenheiro Agrônomo ex Morador da Republica Mosteiro