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Oração do Cinquentenário (Roberto Rodrigues - FIFI F65)

15/10/2015 - Por roberto rodrigues
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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Oração do Cinquentenário

Solenidade da ADEALQ, Salão Nobre da ESALQ

Sábado, 10 de outubro de 2015


Roberto Rodrigues – F65

 

Não gosto de escrever discursos
Prefiro sempre falar de improviso
Mas um amigo experiente e sábio
Me deu importante aviso:
Evitar emoções nesta idade
É sinal de quem tem juízo.

 

Por isso escrevi estas linhas
Com medo de alguma lágrima brotar
Mas também preocupado
Com a ninguém emocionar
Mais do que estas palavras

Deveriam provocar.

 

Por outro lado, o que dizer

Nesta esplêndida reunião
Que não seja deixar fluir
Do fundo do coração
A alegria imensa de servir

Como agrônomo, à nossa Nação?

 

Todos nós, de todas as Turmas,
Sem a menor diferença
Dedicamos a vida toda
Com permanente presença
A promover o agro tropical
Sem ao mundo pedir licença.

 

Porque na ESALQ aprendemos
Que para manter viva a Paz
É preciso alimentar toda gente
Com um campo moderno e capaz
Como neste Brasil imenso
A nossa agronomia faz.

 

Depois de aqui compreender
Com nossos mestres renomados
Que só aplicando tecnologia
Solos pobres seriam transformados
Em terra produtiva de cultura,
Caímos no campo, animados.

 

E pusemos mãos à obra,
Aplicando as boas e belas lições
Produzindo sempre mais e melhor
Ganhando globais competições
E assumindo, orgulhosos produtores,

Títulos de exportadores campeões.

 

Em tudo os esalqueanos cresceram:
Viraram professores sem igual

Pesquisadores e extensionistas gigantes
Superando o agronegócio global,

Com nossa agronomia derrotando
Todo e qualquer rival.

 

Conquistamos o cerrado

Com tropical tecnologia

Dominamos todas as inovações:
Da convencional à transgenia
Com sementes e insumos modernos

Equipamentos e maquinaria.

 

E os saltos foram gigantes

Orgulhando qualquer brasileiro

Há 50 anos atrás

Quem se lembra, diga primeiro:

Quantos hectares de soja

Havia no país inteiro?

Quatrocentos mil, lhes informo

E quase tudo nas pampas sulinas

Hoje são 31 milhões de hectares
Nas fronteiras do centro ou nordestinas,

Do sul, do leste e do norte,

Das paulistas terras e de Minas.

 

A produtividade do café
Triplicou neste intervalo
A da cana-de-açúcar dobrou

A do milho, então, nem falo
Tamanha foi a revolução
Que deixou o passado no talo.

 

Fizemos o mesmo com o algodão

Com as carnes e o leite sagrado

Multiplicamos pastagens plantadas,

Criando aí gado indiano ou cruzado

E até melhoramos a mandioca
Produto pelo Brasil “conquistado”.

 

Evoluímos em todos os cantos,
Nas frutas, no arroz, no feijão

Com o trigo demos avanços

Barateando para o povo o pão,
Feito, aliás, observado,

Com toda a alimentação.

 

Abastecida com fartura e qualidade
Nossa brasileira boa gente,
Tratamos de produzir mais ainda,

Gerando montes de excedente

Que colocamos com vantagens
Em todo e qualquer continente.

 

E tudo isso foi feito
Sob o manto da sustentabilidade
Palavra hoje tão explorada
Às vezes sem objetividade,

Servindo apenas de desculpa
Para nos tirar competitividade.

 

Mas não, entre nós, na verdade

O tripé que é fundamental
É praticado com vigor
Do econômico, do social e do ambiental
Preservando os recursos naturais.
Com gestão moderna e racional.

 

Tudo isso, queridos companheiros 

Aqui na ESALQ viemos aprender.

Como também aqui nos ensinaram
Que trabalhando com denodo, nada há a temer.

Nenhuma batalha selvagem

Jamais nos irá abater.



E nesse momento em que a Pátria

Treme ante desastres e desencantos

Nós, agrônomos e produtores rurais,
Não vamos chorar pelos cantos:

Vamos mostrar outra vez nossa valentia
De produzir mais, com vigor e sem prantos.

 

Vamos semear com destemor

Mais uma safra flamante

Alimento melhor e mais barato

Para nosso povo e para gente distante

Vamos reconstruir este Brasil

Com o Agro poderoso e vibrante!

 

Isso é o que aprendemos
Nessa escola brasileira
Nessa ESALQ maravilhosa
Que nos fez gente altaneira

Com fé no Brasil amado,

Desperto pela agricultura fagueira.

 

Vamos nessa, brava gente

Bravos agrônomos, bravos produtores

Homens e mulheres da lida,

Que nunca esmorecem, vencedores

Das mais duras batalhas

Dos troféus maiores, merecedores.

 

Há muito ainda o que fazer
De nós espera esta Nação
Vamos mostrar que temos força

Na mente, no corpo e no coração
Para suportar qualquer parada
E vencer este momento de aflição.

 

Lá de cima nos acompanham
Os que partiram, junto ao Criador
Orando confiando em nós

Pra superarmos qualquer pena ou dor
Demonstrando no avanço do agro,

Por nossa terra o nosso amor.

 

Salve a agronomia brasileira!
Salve ESALQ, salve Noiva da Colina
Aqui vivemos os mais belos dias
Da nossa juventude peregrina
Aqui aprender a construir com alegria
O maior país do Universo
Que será cantado em prosa e verso
Muito depois da nossa travessia.

 

Agradeço comovido, a atenção

Que me deram nessa solenidade

E me curvo a toda esta gente,

Com a maior humildade
Jurando servir à Pátria e ao campo,
Enquanto ainda houver a menor claridade

 

Pois a ESALQ existe para ensinar,

Cumprindo missão vitoriosa...

 

 

Muito obrigado

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