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O Trator (Pikolé; F85)
25/06/2018 - Por alcides seiji yanoAtenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.
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O Trator
No fim da década de 80, aquele agricolão nikkey ,da Turma de 1985 de riso fácil, característica marcante que deu origem ao seu apelido na ESALQ, iniciou a sua carreira agronômica trabalhando na Cooperativa de Cotia, indo trabalhar no nordeste no setor de frutas, se não me falha a memória lá pelas bandas do Rio São Francisco.
O início de carreira ia bem, mas de repente talvez em decorrência de Planos e mais Planos econômicos em um tempo de inflação galopante, ou talvez por má administração, a cooperativa entrou em colapso e deixou desempregado e em maus lencóis o nosso bravo agricolão, que ficou mais perdido do que cego em tiroteio, ou um cachorro que caiu do caminhão de mudança.
Passado o susto inicial, observou que a saída da cooperativa havia deixado um vácuo, de um lado agricultores que não sabiam como escoar a sua produção e do outro compradores que haviam perdido seus fornecedores, assim juntando a experiencia que havia adquirido na exportação, com os contatos que havia feito e a experiencia no cultivo de melões que sua família tinha no interior paulista, viu que tinha um tesouro nas mãos, e que daria para fazer deste limão, uma limonada.
O começo não foi fácil, mas depois de muito esforço as coisas começaram a melhorar e o nosso agricolão achou que já era chegada a hora de trocar o seu antigo trator, que já se encontrava um tanto judiado. Assim em uma visita á revenda de tratores no interior foi atendido por uma vendedora muito simpática que lhe passou todos os detalhes dos diversos modelos, bem como da possibilidade de financiamentos. Neste dia, não comprou nada, mas se mostrou bastante interessado e ficou de retornar em outra oportunidade. O que aconteceu na semana seguinte.
A cena foi se repetindo durante semanas a fio, e o nosso indeciso comprador não se decidia pela compra, mesmo assim a simpática vendedora o atendia com a mesma cordialidade e cortesia. Até que um dia, depois de dezenas de idas e vindas, ela não aguentou e disse:
- Acho que não é bem no trator que você está interessado!!!
O agricolão perdeu a voz, ficou vermelho e quase saiu correndo.
Se ele comprou o trator? Eu até hoje eu não sei.
Mas com certeza ele adquiriu um avião, pois a moça era uma das mais bonitas da cidade, e o casamento vai muito bem, obrigado!!