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O RISCO DE COLAPSO PARA O AGRONEGÓCIO BRASILEIRO
28/05/2018 - Por wiliam tabchouryAtenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.
O
RISCO DE COLAPSO PARA O AGRONEGÓCIO BRASILEIRO
Um dos setores
que funcionam bem no País é o Agronegócio, responsável diretamente por 26% do
PIB e, com a sua agroindústria e acessórios, por cerca de 50% de toda a riqueza
produzida no Brasil.
Com
isso, o abastecimento de alimentos à população e a geração de dividendos na
balança comercial têm salvado a economia nacional e trazido um pouco de alívio
aos milhões de brasileiros que sofrem com a falta de moradia, saúde,
transporte, educação, segurança, dentre outros serviços essenciais.
Nesta linha,
toda e qualquer manifestação que levante a bandeira por melhoria nas condições essenciais
de vida dos brasileiros, e redução das disparidades, é bem-vinda e deve ser
apoiada.
A
manifestação dos caminhoneiros levantou a lebre do peso que tem o elevado custo
do transporte no País, inviabilizando prestadores destes serviços, usuários do sistema
e, por fim, toda a população.
Nesta linha,
ela é válida e cumpriu o seu papel. Por outro lado, a continuidade de
paralisação do transporte tem gerado, a exemplo das balas perdidas, a sua
primeira vítima inocente: trata-se de toda a cadeia de perecíveis do
agronegócio, incluindo a vegetal e animal.
O não
escoamento dos perecíveis, a exemplo do leite, aves, suínos, hortifrutigranjeiros,
dentre outros, têm levado à imediata perda de milhões de toneladas de alimentos
no campo, com morte de animais e descarte de comida nobre, que está virando
lixo!
Ainda sem
sentir a falta de alimentos, uma das principais preocupações nas cidades é a
falta de combustível, embora já comece a faltar alguns alimentos perecíveis. Caso
não haja uma solução para o impasse, em breve a população sentirá com a falta
de alimentos e de outros gêneros essenciais.
Além disso, o
País está deixando de exportar alimentos para o exterior, colocando também
pessoas e animais lá fora na situação de desabastecimento, além da enorme perda
da imagem do País, em função do descumprimento de contratos, dentre outros
efeitos deletérios para a nossa economia.
Como era de
se esperar, as ações do Governo Federal e do poder público têm sido inócuas e
não conseguiram solucionar a crise até agora. Em menos de uma semana, o Brasil
está virando uma Venezuela.
O pior é que
o mais grave ainda está por vir, caso não se resolva imediatamente a questão do
transporte.
Caso a
paralisação continue, para o Agronegócio, o efeito virá em cascata: primeiro um
colapso na rede de perecíveis, em seguida, de semi-perecíveis e, por último, de
pouco perecíveis. Também para a população o efeito do desabastecimento seria
desastroso: agravaria ainda mais as condições de saúde, transporte,
alimentação, segurança, moradia e educação.
Estamos
diante de uma situação muito grave e delicada. Torcemos para as lideranças do
poder público, do agronegócio e dos caminhoneiros tenham sabedoria, prevaleça o
bom-senso e encontrem uma solução iminente para este impasse, evitando-se um
agravamento da crise e o colapso do Agronegócio Brasileiro!
Wiliam
Tabchoury, Engenheiro Agrônomo, formado pela ESALQ/USP, Piracicaba, SP,
27/05/2018.