O Boi-Bombeiro (Jeep; F84)

Caríssimos, boi-bombeiro? Ou, como distorcer  e fazer mal uso de uma ferramenta importante?

Eu venho defendendo há anos o FATO de que os herbívoros (e não só o "boi") tem um papel preponderante na manutenção do equilíbrio ambiental, desde que mantidos em seus respectivos nichos, as "grasslands", que no Brasil podem ser o Cerrado, os Pampas, o Pantanal e, na minha opinião (ainda muito discutida), a Caatinga. Todos esses ambientes tem uma característica comum: o fato de serem ambientes friáveis. 

Podemos esperar que esses ambientes se BENEFICIEM com a presença massiva de herbívoros. Alguns de vocês podem até apontar para o fato de que o herbívoro, ao longo dos séculos, têm destruído esses ambientes. E, acreditem, eu concordo contigo. Só não concordo que a culpa é do herbívoro.

Mas isso não é um paradoxo? Estou falando, no mesmo parágrafo, que os ambientes citados acima deveriam se beneficiar da presença destes animais, quando de fato são destruídos por ele? 

Aqui está a chave para a solução desse enigma: MANEJO. Somente o manejo correto destes animais pode beneficiar o ambiente. O uso indiscriminado do herbívoro nestes lugares é destrutivo pelo simples fato de não usarmos corretamente essa ferramenta. FERRAMENTA?

Sim, o boi (usaremos "boi" para nos referirmos a "herbívoros") é uma ferramenta que podemos usar e, com nossa engenhosidade, criar um ciclo virtuoso em ambientes apropriados (e já citados acima) para que melhoremos estes mesmos ambientes. E, vejam que interessante, o uso CORRETO vai beneficiar o lugar, mas seu uso INCORRETO vai danificá-lo. 

Assim, precisamos aprender a usar o boi na hora certa, no lugar certo, na quantidade certa e pelo tempo correto para que esses ambientes possam se beneficiar da presença desses animais. Como saber se estamos manejando corretamente? Observando as respostas que o ambiente está nos mostrando logo após o uso da ferramenta. Ah! Mas que resposta esperar?

DEPENDE! Uma ferramenta e seu uso só podem ser corretamente avaliados se tivermos em mente onde queremos chegar. Um CONTEXTO contra o qual poderemos checar a efetividade do uso da ferramenta. Senão, vejamos: em um mesmo ambiente, temos um produtor que quer ter apenas uma gramínea (monocultura, um contexto altamente arriscado, mas às vezes desejado) contra um outro produtor, na mesma área, desejando uma pastagem biodiversa, com plantas de diferentes estratos e famílias.

O uso da mesma ferramenta pode trazer resultados satisfatórios para ambos os contextos, mas a intensidade do uso deve necessariamente ser diferente para que os dois possam atingir os resultados esperados. Porém, somente com a inspeção criteriosa dos resultados obtidos depois de usada a ferramenta é que os produtores saberão se o uso foi correto, visto que cada um quer atingir um resultado diferente! 

Muito bem. Entendido isso, podemos então concluir que não existe Boi Bombeiro. Podemos concluir que o Bombeiro continua sendo o homem, este sim com a capacidade de definir o Contexto esperado, aplicar a ferramenta correta da forma necessária e observar os resultados para corrigir o uso desta mesma ferramenta ao longo do tempo, de tal forma que o ambiente que está manejando se aproxime da visão que o produtor tem para sua propriedade, o seu "todo". E, por que não, um contexto único para o ambiente inteiro, seja ele o Cerrado, os Pampas, o Pantanal ou a Caatinga? 

Nós fazemos parte da categoria profissional mais "holística" do Brasil, já que nossos conhecimentos vão desde a formação dos solos até o estudo de fenômenos metereológicos, passando por plantas, animais, ar e água. Nós temos todas as condições de aplicar as ferramentas de Gerenciamento Holístico em prol de um futuro mais limpo, mais rico, mas justo. 

Convido a todos, uma vez mais, a entender Gerenciamento Holístico e usar suas ferramentas para o benefício de todos. Escrevo sobre ele em meu blog: www.gerenciamentoholistico.blogspot.com

Todos podem me contactar pelo email: jeepf84@gmail.com

Saudações a todos!!