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Não penso ser a hora de mudar o código florestal

07/06/2019 - Por ricardo campos scaff
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O Brasil é uma potência do agronegócio e, mais do que a maioria das outras nações de destaque nesse setor, tem um potencial enorme de crescimento. Esse crescimento, independe do corte de matas ou florestas nativas, e pode ocorrer com o cumprimento das nossa lei florestal, uma das mais modernas e restritivas do mundo. Áreas de pasto degradado, ou de grãos utilizadas com baixa tecnologia, tem grande potencial latente, e compreendem parte significativa da área total agricultável.

Mudar a lei florestal vai contra os interesses do país e do agronegócio no longo prazo. Pode casuar alívio no curto prazo a certos produtores, mas vai contra a crescente preocupação ambiental e a sustentabilidade de nossa agricultura. Se um produtor necessita mais tempo para se adequar ao código florestal, isso pode ser considerado, mas anistiar pessoas que não cumprem a lei penaliza os que a cumprem e cria uma atitude e comportamento perverso, ao premiar o descumprimento das regras. É comum, mas não é justo, que  uma minoria barulhenta consiga  privilégios contra o interesse da maioria da classe. O agronegócio deve caminhar ao lado do ministério do meio ambiente, para garantir as conquistas ambientais já conquistadas e assimiladas pelo setor.

O Brasil corre o risco de perder mercado em países desenvolvidos, se for visto como deflorestador e agente promotor do aquecimento global. Concorrentes brasileiros aproveitam da ignorância de boa parte dos consumidores para divulgar e enfatizar qualquer notícia negativa que mostra o deflorestamento ou práticas poluidoras de agentes do agro, sem colocar em perspectiva o tamanho do país, a tarefa Hercúlea de monitorar nossas matas e recursos hidricos, e a falta de recursos disponíveis para os investimentos necessários.

Existem exemplos em todos os ramos do agronegócio de produtores e empresas responsáveis e profissionais e estes representam melhor o setor dos que os infratores. As próprias entidades líderes do setor devem se posicionar como defensoras do atual código florestal e fiscalizadoras do desmate ilegal, ou qualquer outro crime ecológico. Qualquer aprimoramento das nossas leis ambientais, deve vir de um amplo debate na sociedade, envolvendo os líderes do agronegócio, assim como entidades de proteção do meio ambiente, centros de pesquisa e universidades. Deve ser técnico e não político para que seja duradouro. Mostrar o Brasil como um país que produz preservando nossas matas e recursos naturais nos garante mercado internacional e serve de importante ferramenta de marketing. Nossos mercados estão cada vez mais preocupados com a conservaçao ambiental e nossa concorrencia de olho em nossas decisões.

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