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Minha Experiencia Profissional (Tonico F73)

25/10/2016 - Por antonio ledesma neto
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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Pela minha vivência no campo por mais de 40 anos como engenheiro agrônomo, dos quais pelo menos 30 trabalhando no gerenciamento de propriedades rurais que tinham como atividade principal a bovinocultura de corte, observo que o maior desafio do produtor na gestão de propriedades rurais que exploram esta atividade, consiste em:

 

1.     Mudar a maneira de pensar em relação a alguns assuntos, tais como:

- É impossível comparar bovinocultura de corte de baixa a média tecnologia com agricultura de alta tecnologia – cana, eucalipto, milho, soja;

- Antes de tudo, o produtor de bovinos de corte é produtor de forragem;

- Dentro da cadeia produtiva da carne o produtor de bovinos de corte é fornecedor e não cliente em relação ao frigorífico e ao consumidor final, sempre deve estar atento nas necessidades dos clientes, os quais influenciam diretamente no fluxo de caixa e decidirão quem permanece ou não na atividade.

 

2.     Fazer parcerias para poder agregar valor no produto, participando de associações de produtores e programas específicos;

3.     Implantar sistema agrosilvipastoril ou integração lavoura – pecuária, analisando logística / localização e perfil da empresa

4.     Implantar um sistema de gestão.

 

 

Dos itens relacionados acima o mais complicado é o item 04, pois depende de um grande entrosamento entre a empresa e a equipe de trabalho envolvida, onde devemos levar em conta:

1.     Comprometimento da “ALTA ADMINISTRAÇÃO DA EMPRESA” com as mudanças necessárias;

2.     Todos devem ser receptivos com as mudanças;

3.     Todos devem passar por um processo de educação e instrução para poderem assimilar novos conceitos;

4.     Todos devem ser preparados para aceitar novos princípios de relacionamento e comportamento;

5.     Todos devem ter comprometimento, isto é: “TRABALHAR EM EQUIPE”.


Mas antes de tudo precisamos dar uma arrumada na casa – “EMPRESA”, utilizando-se de cinco palavras transformadoras:

1.     ORGANIZAÇÃO OU UTILIZAÇÃO:

- Significa: Colocar a disposição para serem descartadas coisas inúteis e preservar as de uso no dia a dia;

- Vantagens: Elimina excessos, libera espaço, diminui riscos de acidentes.

2.     ARRUMAÇÃO OU ORDEM:

- Significa: Deixar cada coisa no seu devido lugar, pronta para uso, de modo que qualquer pessoa possa encontrar;

- Vantagens: Facilidade de encontrar objetos, economia de tempo e diminuição na ocorrência de acidentes.

3.     LIMPEZA:

- Significa: Que com ela, identificam-se defeitos, peças quebradas, vazamentos e outros problemas que possam ocorrer com maior facilidade;

- Vantagens: Melhoria do local de trabalho, satisfação dos colaboradores, maior segurança e eliminação de desperdícios.

4.     CONSERVAÇÃO OU PADRONIZAÇÃO:

- Significa: Arrumação e limpeza de forma contínua, padronizando os procedimentos a serem executados;

- Vantagens: Equilíbrio físico e mental, melhoria das áreas em comum (banheiro, refeitório) e das condições de segurança.

5.     DISCIPLINA, AUTODISCIPLINA OU OBEDIÊNCIA:

- Significa: Fazer as coisas como elas devem ser feitas, mesmo que ninguém veja; cumprir regularmente os padrões éticos, morais e técnicos; fazendo-se tornar um hábito, é o compromisso pessoal;

- Vantagens: Trabalho diário agradável, melhoria nas relações humanas.

Em momentos de crises sempre é notório a velha discussão: “TEMOS QUE CORTAR DESPESAS”, porém o que precisamos fazer é evitar desperdícios, isto é: “OBTER MAIS RESULTADO COM MENOS DESEMBOLSO”, o que nada mais é do que melhorar a eficiência na utilização dos recursos financeiros, infraestrutura – capacidade instalada de produção, insumos, mão de obra e etc. Para que isto aconteça, devemos estar de olho nos setores que mais necessitam desta atenção:

1.     Almoxarifado;

2.     Depósito para defensivos agrícolas;

3.     Depósito para fertilizantes;

4.     Depósito para produtos veterinários e sementes;

5.     Depósito de rações, suplementos minerais e energéticos – proteicos;

6.     Oficina;

7.     Galpão de máquinas, equipamentos, implementos e utensílios;

8.     Galpão de arreiamentos e selas;

9.     Baias; currais; cercas; sistema de recalque, armazenamento e distribuição de água;

10.  Residências;

11.  Equipamentos e móveis para escritório;

12.  Máquinas, equipamentos, implementos e utensílios;

13.  Veículos;

14.  Rebanhos;

15.  Áreas com culturas permanentes, culturas temporárias, pastagens e capineiras;

16.  Mão de obra direta e indireta, e prestadores de serviços – empreiteiros.

A observação que faço, para que o processo de gestão inicie com o pé no chão, é importante que a EQUIPE DA EMPRESA esteja coesa, isto é, falando a mesma linguagem, como também a casa – EMPRESA esteja arrumada, esta é chave do sucesso ou não para se implantar o referido processo. 

Para que possamos iniciar um processo de gestão numa propriedade rural ou empresa, antes de tudo, se faz necessário conhecer a real situação da mesma – DIAGNÓSTICO, somente assim poderemos discutir: A FINALIDADE, MISSÃO E VISÃO DA EMPRESA; OBJETIVOS E METAS; sempre pensando no “CURTO, MÉDIO E LONGO PRAZO”.

O diagnóstico é composto pelo levantamento da situação atual da propriedade rural ou empresa dos seguintes itens:

1.     Apurar o patrimônio da empresa - valor:

- Terra nua;

- Culturas permanentes;

- Pastagens e capineiras;

- Reflorestamentos;

- Benfeitorias e melhoramentos;

- Cercas para pastagens e capineiras;

- Equipamentos e móveis para escritório;

- Máquinas, equipamentos, implementos e utensílios;

- Veículos;

- Animas de produção e trabalho;

- Materiais e produtos em estoque;

- Saldo de caixa em aplicações financeiras, conta corrente, valores em espécie, outras fontes de valores;

- Saldo das dividas contraídas por empréstimos, financiamentos, outras fontes e recurso próprios;

- Saldo de contas a pagar e a receber.

2.     Levantar a mão de obra direta / indireta e prestadores de serviços:

- Por função, quantidade e remuneração mensal.

3.     Levantamento das atividades exploradas;

- Nível de produtividade;

- Nível de tecnologia;

- Condições de clima, solo e relevo;

- Logística e localização da propriedade rural;

- Mercado.

Após a realização do diagnóstico da situação da empresa, o passo seguinte é PROJETAR A SITUAÇÃO FUTURA, onde deveremos definir:

1.     Plano de contas gerencial;

2.     Plano de metas por atividade, onde definimos:

- As metas a serem atingidas;

- Os parâmetros para elaboração de orçamentos. 

Em seguida, devemos “TRAÇAR OS CAMINHOS QUE DEVERÃO SER PERCORRIDOS”, para que possamos atingir os objetivos e metas traçados, levando em conta:

1.     Cronograma das tarefas por atividade a ser explorada. 

Concluído esta fase deveremos “LIGAR A SITUAÇÃO ATUAL COM A SITUAÇÃO PROJETADA”, e para que isto ocorra necessitaremos:

1.     Elaborar o planejamento estratégico definindo “O QUE FAZER” E “QUANTO FAZER”, tendo como objetivo:

- Identificar as oportunidades e ameaças que possam surgir;

- Melhorar os pontos fortes e neutralizar os pontos fracos e ameaças;

- Visualizar os problemas internos e externos, priorizando alternativas com maior flexibilidade para solução dos mesmos;

- Administrar os custos e o capital de giro de cada atividade explorada, canalizando os recursos para as áreas de maiores resultados;

- Posicionar-se corretamente perante o meio ambiente, a sociedade, o mercado e o produto – visando o cliente;

- Ter competitividade = (produtividade + qualidade) x (criatividade + inovação);

- Isto é: “PLANEJAR”.

2.     Elaborar o planejamento gerencial definindo “COMO FAZER”, com o objetivo de:

- Fornecer subsídios técnicos ao plano de ação da empresa;

- Dar suporte técnico no “O QUE FAZER” e “QUANTO FAZER”.

3.     Elaborar o planejamento operacional definindo “QUANDO FAZER”, “ONDE FAZER” E “QUEM VAI FAZER”, com o objetivo de:

- Definir os prazos de execução e montar o cronograma das tarefas;

- Quantificar os recursos financeiros e materiais necessários existentes;

- Quem serão os responsáveis pela execução e fiscalização na realização das tarefas;

- Onde serão executadas as tarefas e os indicadores de produtividade das operações. 

Assim que terminarmos o planejamento passamos para a fase de execução do mesmo, a fase seguinte será o acompanhamento da execução e coleta de dados – informações, a qual nada mais é do que “AVALIAR O SISTEMA DE COLETA E CONTRÔLE DAS INFORMAÇÕES”, onde deveremos:

1.     Avaliar os formulários utilizados para a coleta de dados;

2.     Avaliar a coleta de dados;

3.     Fazer sugestões para melhorar o sistema. 

Agora, após todo este dispêndio de energia e boa vontade na realização das tarefas incumbidas a cada colaborador, só nos resta “AVALIAR OS RESULTADOS”, onde teremos:

1.     Emissão dos relatórios gerenciais;

2.     Comparação do Orçado x Realizado – Metas e Objetivos Projetados;

3.     Estabelecer sugestões para correção das Metas e Objetivos para o próximo período.

Assim, depois desta tremenda colaboração por parte da equipe, nada mais justo do que “CRIAR UM SISTEMA DE BONIFICAÇÃO TENDO COMO BASE AS METAS ESTABELECIDAS”, pois ninguém é de ferro.

E para finalizar:

1.     Palavras que abrem porteiras: “POR FAVOR”, “DÁ LICENÇA” E “MUITO OBRIGADO”;

2.     E como diz o ditado: “QUEM NÃO FAZ POEIRA, COME”;

3.     A decisão está em suas mãos: “VAMOS AO TRABALHO”.

 

Atenciosamente, um grande abraço para todos e sucesso neste grande desafio que é implantar um sistema de gestão numa empresa agropecuária.

Engenheiro Agronomo Antonio Ledesma Neto – ESALQ F73 DEZ.

Fones: 043 33512108, 043 91660111.

E-mail: ledesmaneto@gmail.com.

Skype: antonioledesmaneto.

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