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Meio ambiente: árvores, sua importância e a presença nas cidades (Lenha F97)
19/07/2017 - Por ronan pereira machadoAtenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.
As árvores fazem parte da nossa história, desde o descobrimento até os dias atuais. Uma importante e antiga relação é com o próprio nome do país, originário da espécie Pau-brasil (Paubrasil echinata). Outras espécies representaram importantes ciclos econômicos, como por exemplo o ciclo do Cacau (Theobroma cacao) e o ciclo da borracha (Hevea brasiliensis).
A maior e mais significativa importância das árvores é a ambiental, pois são organismos essenciais para o equilíbrio do planeta, desempenham funções vitais como o controle da temperatura, aumento da umidade do ar, maior controle das chuvas, qualidade da água dos mananciais, controle de erosão, manutenção da biodiversidade, além de produzirem frutos, sementes, madeira, resinas e outros produtos.
A presença das árvores no meio urbano é muito recente, eram vistas apenas como elementos integrantes das florestas. A arborização urbana e sua evolução teve seu início e desenvolvimento por volta do século XV na Europa, sendo que sua prática se tornou comum a partir do século XVII, através da iniciativa pioneira das cidades de Londres e Paris, com seus Squares e boulevars.
No Brasil, a primeira cidade a dispor de arborização de rua foi Recife, no século XVII. Já nos séculos XVIII e XIX, na cidade do Rio de Janeiro iniciaram-se marcos fundamentais do paisagismo brasileiro como o Jardim botânico e o Campo de Santana. Em São Paulo, os destaques são Jardim da Luz e Avenida Paulista.
Inúmeros são os benefícios da arborização urbana, os principais são: melhoria da qualidade do ar; redução dos níveis de ruído; redução das ilhas de calor; proteção/alimentação da avefauna; redução do escoamento superficial. Alguns estudos citam ainda benefícios indiretos como a redução da obesidade em áreas mais arborizadas e até mesmo o menor custo de reparos no asfalto em áreas sombreadas por árvores.
Sabendo de tudo isso, por que então o convívio com a árvore no meio urbano é tão conflitante? Vários são os pontos de conflito, como a falta de um plano de manejo eficiente para a arborização; escolha de espécies arbóreas sem potencial de uso urbano, redes de distribuição de energia onde se limita o uso de árvores, a falta de interesse da própria população, manejo errados através de podas drásticas, uso de mudas de baixa qualidade, entre outros.
O sucesso de um plano de arborização ocorre quando há o envolvimento do setor público, privado e a população local. E com a criação de normas que estimule a arborização de forma eficiente; a criação de programas de educação ambiental que promova o convívio harmônico da população com as árvores; e aplicação o princípio da educação ambiental, onde qualquer agressão ou intervenção deve ser avaliada, dimensionada e necessariamente compensada por medidas reparadoras na proporção direta do dano causado, ou a causar.
"O homem toma conhecimento da sua própria personalidade quando procura unir-se o mais possível a natureza"
(Teilhard de Chardin)
Ronan Pereira Machado (Lenha F97), Msc. Eng. Agr. da Trees AgroComercial e Serviços Ltda