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Inclusão social, pertencimento e a Adealq (Vavá; F66)

10/06/2022 - Por evaristo marzabal neves
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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Reportagem na Folha de São Paulo (Caderno Cotidiano, 16/05, p.B1) revelou que a diferença entre nota de cotistas e demais estudantes da USP vem caindo ao longo do curso, de acordo com a pesquisa Ações Afirmativas no Ensino Superior Brasileiro sobre desempenho dos alunos, realizada pelo Centro de Estudos da Metrópole, ligado à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo/Fapesp, sediado na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas/FFLCH-USP e no Centro Brasileiro de Análise e Planejamento/Cebrap.

O estudo acompanhou por quatro anos as notas dos cerca de 11 mil ingressantes da capital paulista a partir de 2018, quando começou o programa de cotas. De um modo geral, de acordo com a pesquisa sobre o desempenho desses alunos, mesmo nas faculdades mais concorridas, Medicina e Direito, a distância máxima entre os oriundos de escolas públicas e os de particulares vem caindo no comparativo do início do curso (1º semestre) para os subsequentes. Naturalmente, depende do número de vagas disponíveis (percentagem) para os cotistas, que não é igual para todos os cursos da USP.

Uma preocupação tem sido a questão de permanência dos cotistas em seus primeiros meses na USP. Neste sentido, a Profa. Marta Arretche, da FFLCH e coordenadora da pesquisa, relata que há diversas iniciativas na USP de apoio acadêmico aos alunos cotistas, algumas da própria reitoria, como bolsas de estudo, e outras que surgiram espontaneamente nas faculdades. Entre elas, na Poli, há um programa de reforço aos estudantes de escola pública que têm um déficit significativo de matemática. Na FFLCH, alunos de pós-graduação dão aulas de reforço de leitura, interpretação de texto e redação.

Concluindo a reportagem, o Reitor da USP e professor de medicina Carlos Gilberto Carlotti Júnior registra que "não há, desde a implementação das cotas, nenhuma sinalização de queda de prestígio da USP, da produção acadêmica, científica"; no parágrafo final, afirma que "A USP precisa mostrar para a sociedade que o programa de cotas é interessante, aumenta a diversidade e qualifica ainda mais as nossas pesquisas, porque temos alunos de diversas realidades, vivências e pensamentos". Afinal, é uma universidade pública.

Até agora, relataram-se alguns registros da reportagem "Diferença entre nota de cotistas e demais estudantes na USP cai ao longo do curso", com base numa pesquisa que acompanhou por quatro anos, de 2018 para cá, as notas de cerca de 11 mil ingressantes da capital paulista/USP São Paulo. A esta altura, pergunta-se: O que tem a Adealq a ver com a sua participação na inclusão e pertencimento dos ingressantes em nosso Campus?

Um parêntese: A Adealq está entre as primeiras, em relação as outras associações e unidades de ensino distribuídas por toda a USP, a criar bolsas de permanência. Para seu conhecimento, segundo o site da Universidade, a graduação da USP é formada por 183 cursos dedicados a todas as áreas de conhecimento, distribuídos em 42 unidades de ensino e pesquisa (a Esalq é uma delas), com mais de 58 mil alunos, distribuídos em oito 'Campi' (São Paulo, Bauru, Lorena, Piracicaba, Pirassununga, Ribeirão Preto, Santos e São Carlos), além de unidades de ensino, Museus e centros de pesquisa situados fora desses espaços e em diferentes municípios. Adicionalmente, a pós-graduação é composta por 239 programas com cerca de 30 mil matriculados. Atualmente a USP é responsável por mais de 20% da produção científica brasileira. E imaginar que a USP, hoje com 42 unidades de ensino e pesquisa, foi fundada em 1934, com a sua origem, compreendida em dois Campi: São Paulo, com as unidades Faculdade de Direito, Escola Politécnica, Faculdade de Medicina, Faculdade de Farmácia e Odontologia e a recém-criada Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, e em Piracicaba com a Esalq, primeira unidade do interior. Neste cenário, orgulho em ser esalqueano e sócio mantenedor da Adealq.

Pois bem, nesta mesma edição, à página B2, há a reportagem: USP busca ex-alunos e empresas para dar bolsas a cotistas - Modelo de convênio permite a doadores definir valor do auxílio, duração e número de estudantes beneficiados. Como a matéria reporta ao Campus USP da Capital, o papel da Adealq nesta reportagem não é referenciado.

A reportagem, em seu primeiro parágrafo, começa com: "Após atingir em 2021 a meta de seu programa de cotas, de reservar 50% das vagas de todos os cursos para estudantes de escola pública, a Universidade de São Paulo pretende agora organizar uma política de apoio aos cotistas". Entre as estratégias, está buscar convênios com empresas e ex-alunos para oferecer bolsas de estudo, com a expectativa de que reduza a evasão, mais alta entre os cotistas, elevando os custos sociais. Continuando, a reportagem cita que "Muitos não conseguem prosseguir porque precisam trabalhar, especialmente no caso de cursos em horário integral".

Neste sentido de captação de mais recursos, além dos da USP, o Reitor cita os chamados fundos de 'endowment' (patrimoniais), em que doações são aplicadas no mercado financeiro e revertidas para a universidade. Comuns nos Estados Unidos, começam a surgir no Brasil. Na USP, há iniciativas recentes em que ex-alunos colaboram com as faculdades, inclusive com bolsas, como os amigos da Poli (engenharia) e o Sempre Sanfran (Faculdade de Direito do largo São Francisco). Um adendo: Pena que a reportagem ficou restrita ao Campus USP/Capital, pois a Adealq, via sócios mantenedores e organizações, entre elas a Fealq e o Pecege, tem um programa de Bolsa de Auxílio Financeiro a alunos da ESALQ.

Vamos dar ciência ao universo uspiano que a Adealq, criada em 1943, tem sido uma das parceiras do Campus Luiz de Queiroz, inclusive na geração de bolsas de permanência e também, entre outras participações, na organização da Semana Luiz de Queiroz (mês de outubro), com participação ativa no sábado, no encerramento na Sessão Solene com as turmas que comemoram seus quinquênios e no churrasco de confraternização. Na última semana presencial (2019), no Engenho Central, participaram do churrasco de confraternização, entre quinquênios aniversariantes e famílias, 2.245 pagantes, excluindo autoridades convidadas, segundo informação obtida junto à Adriana Zampaulo Sândolo, secretária da Adealq desde 1992 - 30 anos de casa.  

Um parêntese: A Adealq foi criada em 1943, antes da instalação do Campus USP de Ribeirão Preto em 1948, com a criação da Faculdade de Medicina, e do Campus USP São Carlos em 1948, com a criação da Escola de Engenharia de São Carlos. Antes de 1948, no interior do Estado, a Esalq era a única unidade da USP, esta fundada em 25/01/1934.

Ciente da sua importância como uma das parceiras da Esalq e da necessidade em ser uma colaboradora no atendimento de manutenção e permanência de alunos com dificuldades econômicas, a diretoria da Adealq, em consonância com seu Conselho Consultivo, criou em 2016 o Programa de Permanência Universitária 'Prof. Valdomiro Shigueru Miyada', mantido por organizações e pessoas parceiras/sócios mantenedores e oferecido a alunos regularmente matriculados nos cursos de graduação da Esalq que apresentam e comprovam ao Serviço de Promoção Social e Moradia Estudantil da Divisão de Atendimento à Comunidade/Prefeitura do Campus Luiz de Queiroz, por meios de documentos, dificuldades socioeconômicas para se manterem na Universidade. Para maiores detalhes sobre as bolsas, consultar www.adealq.org.br - Institucional - Projetos - Permanência Universitária. Para 2022 estão previstas pouco mais de 50 bolsas, valor mensal de R$ 400,00. Ao final do ano calendário a Adealq emite um relatório sobre a arrecadação, gastos e destinos das bolsas. A gestão dos recursos do programa é auditada regularmente pelo Conselho Fiscal da Adealq.

Hoje (07/06), consultando nosso site (www.adealq.org.br), de saída, leio: Junte-se aos mais de 986 Mantenedores - O Programa Mantenedores ADEALQ cresceu muito nos últimos meses, agradecemos a todos que já fazem parte. Este ano esperamos crescer ainda mais para continuar inovando e melhorando os serviços a todos os ex-alunos. Convide seus amigos de turma e de república a fazerem parte. TAMBÉM QUERO SER UM MANTENEDOR. Ok, é só clicar e se tornar um sócio mantenedor.

Passar de 986 para quatro dígitos é uma missão dos ex-alunos sócios mantenedores. Mãos à obra. Vamos oferecer mais bolsas de permanência e ajudar a Esalq a otimizar (reduzir) os custos sociais advindos da evasão de alunos por motivos econômicos. Revelamos, dessa forma, sentimento de gratidão, bandeira heroica e de bravura de um(a) autêntico(a) Filho(a) DE Luiz de Queiroz e DE Ermelinda Ottoni de Souza Queiroz. Caso contrário, não passamos de um(a) mero(a) Filho(a) Da Luiz de Queiroz. Um diploma e basta. Quanta insensibilidade e ingratidão, não é?

Ex-alunos sócios mantenedores, vamos mostrar nossa união e solidariedade, sensibilizando nosso colega irmão, ainda não sócio mantenedor, conscientizando-o sobre quão importante é sua colaboração com nossa associação. Desta forma, expressamos o sentimento de gratidão à nossa Esalq, para que continue 'cumprindo missão vitoriosa'.

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