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Harley-Davidson (Pinduca F68)
19/06/2016 - Por marcio joão scaléaAtenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.
O Pesquisador passava de táxi pela Rua Augusta, bem lá em baixo, onde ela já é a Av.Colômbia, quando sua atenção foi chamada por uma placa, na fachada de uma loja : "Harley-Davidson". Na hora, um turbilhão de memórias aflorou.
Ele se lembrou de sua infância, quando ainda era o Menino,
na Alameda Olga, bairro de Perdizes,
Um dia ele encostou a Harley na entrada da "vila" para o costumeiro papo, e o Menino estava lá, junto com seus irmãos. Antes de apear da moto, o João olhou ao redor e seu olhar se fixou no Menino, que não sabia onde se esconder : será que o Japonês ia mandá-lo embora, dizer que ali não era lugar para moleque ?(era o que o Menino costumava ouvir, quando se atrevia a acompanhar seus irmãos). Mas não, do alto da imponência de sua Harley-Davidson negra, o João Japonês perguntou, talvez comovido pela expressão de súplica estampada no rosto do Menino :
- Quer dar uma volta?
Foi uma surpresa geral, o João não era de fazer isso, tinha mais ciúmes de sua moto do que de sua mulher! Mas o Menino foi alçado até a ampla garupa, instruido para se agarrar nas costas do João e lá foram eles, lentamente, dar uma volta na quadra.
Ao passar pela Rua Augusta, a lembrança mais vívida era a do ronco do motor daquela Harley, que quase cinqüenta anos depois ainda soava nítido e forte nos ouvidos do Menino, convidando-o a parar e entrar na loja luxuosa.