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Guerra de comida (Drepo F70)
05/01/2016 - Por eduardo pires castanho filhoAtenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.
O trote já ia pela metade. Boa parte das repúblicas já havia sido visitada pelo bicho e, fora alguns idiotas que gostavam de "ralar", a coisa ia bem encaminhada.
Calça sem cinto, sapato sem cordão. Condução proibida, porém, dava pra ir levando a vida. Engraxar sapatos e botinas afinal poderia vir a se tornar uma profissão paralela.
Num dia qualquer o veterano pega o bicho e o leva para conhecer e almoçar na república: era a Senzala, famosa pela tradição, sabia- se lá do que, além de ser o lar do então presidente do CALQ. A mesa enorme. Agricolão de tudo que era ano, até proto bicho tinha!
Começam o interrogatório e as brincadeiras com o bicho.
"Tu és de Santosch, bicho? Aqui moram dois santischtas. Ou seriam trêis?" No mais uma fixação com a namorada. Queriam saber tudo de tudo e o bicho nem namorava.
De repente, no meio da refeição, um morador pega o garfo, vira ele ao contrário, segura a ponta do cabo pra baixo com a forquilha invertida para cima e pra frente, coloca ali alguns grãos de arroz e dispara a "munição" em direção ao ocupante da mesa em frente a ele.
Não houve tempo para uma esquiva, e ato contínuo, foi disparada em represália uma carga de feijão em direção ao agressor. Parecia que a coisa estava previamente combinada porque imediatamente todos se envolveram numa batalha "mesal" e o bicho perplexo tentando se proteger da artilharia que abrangia todos os quadrantes da mesa.
Com o término da "munição" os ânimos serenaram, mas o caos instalado era desanimador.
Coitada da empregada daquela república, naquele dia.
E o bicho acabou ficando sem almoço e passado o horário sem república para almoçar...
Eduardo Pires Castanho Filho (Drepo F70) Engenheiro Agrônomo, Ex morador da Republica do Pau Doce