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Figuras e Lugares (Drepo F70)
18/12/2015 - Por eduardo pires castanho filhoAtenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.
Catifunda - veterana "empregada" de repúblicas, gostava de fazer espetáculos noturnos dançando uma mistura de dança do ventre com flamenco, ao som de batucada. No dia seguinte era inviável para qualquer serviço doméstico. Inesquecível!
Maria
do birote - quem não se "alembra" dela. Era só ir tomar um
cafezinho no centro, no Haiti, e se descuidar um pouco que a Maria aparecia de
repente e cráu no estudante descuidado. Mico!
Toninho
verdureiro - com seu caminhãozinho ele abastecia várias repúblicas
com vegetais frescos e frutas. Fazia qualquer serviço: despachante,
financiador, pagador de contas, etc. Podia ser encontrado desde as quatro da
manhã no mercado municipal.
Sálvio,
o Caricaturista - nas noites de Pira, principalmente na
Brasserie, chegava ele de terno de linho, gravata mal ajambrada, ponta do
colarinho pra cima, barba invariavelmente por fazer, segurando uma pasta de
couro corroída e uma auto caricatura, que era o seu "marketing". Muitos
agricolões tiveram caricaturas feitas por ele. Artista!
Professor - se
não há engano, de história. Gostava
de bater papo cabeça às tardes nos botecos, mas, tinha uma particularidade: só
tomava vinho Chateau Duvalier rosé. Figuraça!
Deboleta -
habitante nômade das repúblicas. Moça bonita, mas detonada aos vinte e poucos
anos. Era viciada em tudo que se podia imaginar, mas gostava mesmo de colírio e
de remédio pro nariz, que ela misturava na cerveja para aumentar a zoeira. Um
barato!
Ruthe - da
"Ripolândia", dona da casa de maior prestígio do local, era implacável com as
suas meninas que, ao se enamorarem de agricolões queriam ir pra cidade fazendo
aquele cortejo de Simcas Chambord. Déspota!
Maria
Helena - esculpida em ébano namorou vários agricolões e
participava ativa e politicamente de vários movimentos. Deusa!
Titico -
patrimônio da ESALQ e do CALQ. Imortal!
Dna.
Nadir - a melhor bedel da escola. Genial!
Barão
e sua lanchonete - local de grandes discussões político
filosóficas etílicas, até que o dono (o Barão, que também estudava na ESALQ)
ficava de saco cheio e fechava a birosca.
Machuca,
da
Lanchonete da praça - era o nome do
"garçon". Servia num mata fome da madrugada, do lado da Brasserie, onde o
pessoal do basquete do XV se reunia depois dos treinos. Era sensacional
observar o Emil Rached, o "homem mais alto do Brasil", devorar três hamburguers
de uma só vez. Duas mordidas em cada um e o lanchinho estava terminado,
empurrado por dois copos de milquecheique.
Sinuca
do Carrara - que fazia um maravilhoso bife à parmegiana pra ser
degustado de madrugada, depois das intermináveis partidas de sinuca.
Simone,
a cantora - na época era jogadora de basquete do XV, mas já era
musa. Divina!
Postão -
bom pra paquera de fim de noite.
Bar
do mercado - era o único que varava a noite. Refúgio quando o Postão
dava zica. Saideira!
Gafieira
do Bidito - acabou virando ponto de encontro da intelectualidade
piracicabana no início dos anos 70. Época da valorização do popular. Gafifa!
Churrascaria
Gaúcha- na Paulista, lugar do pior vinho de Pira. Ressaca!
Restaurante
Mirante - melhor pintado na brasa do Brasil. O parque era muito
bom pra namorar. Na época da safra o cheiro do restilo era insuportável. Cartão
postal!
Festa
de São João de Tupi - aquela fogueira imensa e os malucos a
atravessando descalços. Temeridade!
Cachaça
do estádio - aqueles
imensos tonéis, do lado do Barão de Serra Negra, onde se comprava uma boa
cachaça a preço de atacado. Toda festa tinha abastecimento no local.
Rua do Porto - nos anos 66/ 69 era reduto de pescadores e de trabalhadores da Sucrerie. À noite era um deserto e os botecos existentes eram "especializados" em cachaça da região, por sinal excelente. Poucos agricolões se aventuravam pelo local, seja devido à fama, seja ao desconhecimento. De 69 a 70 passou a ser local obrigatório da estudantada e foi inundada por uma série de barzinhos que, no entanto ainda mantinham aquela atmosfera inicial.
Eduardo Pires Castanho Filho (Drepo F70) Engenheiro Agrônomo, Ex morador da Republica do Pau Doce