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Estadista e oportunista são sinônimos? (Vavá; F66)

07/12/2020 - Por evaristo marzabal neves
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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De saída, NÃO! Certa vez, Antônio Ermírio de Moraes disse: "Há uma nítida diferença entre o estadista e o político oportunista. O primeiro é alguém que pertence a nação; o segundo, alguém que pensa que a nação lhe pertence".

Na definição de Houaiss encontra-se: O estadista é uma pessoa que revela grande tirocínio, grande habilidade e discernimento no que diz respeito às questões políticas e sociais, à administração do Estado. Uma pessoa do Estado é um ser que está à frente de seu tempo e que transforma um local (nação, estado ou município) sob o ponto de vista econômico e social. Alguém que exerce liderança política com sabedoria e SEM LIMITAÇÕES PARTIDÁRIAS. É um cidadão visionário focado no progresso e bem estar da população.  Já o politico oportunista é aquele que tira proveito das oportunidades em beneficio próprio, que se aproveita de outras pessoas buscando obter vantagens pessoais. Em síntese: conduta de quem busca obter vantagens pessoais não se preocupando com questões éticas ou morais.

Certa vez um cientista político disse que o bom estadista é aquele que prioriza investimentos em saneamento básico e na educação, "doa a quem doer". Por quê? Reduziria em muito os custos com a saúde e aumentaria a eficiência e produtividade do trabalho. Nesta direção, o artigo: Política pesa mais do que racionalidade em investimentos públicos (Fernando Cariola Travassos, Folha de São Paulo, 23/11/2020, Caderno Mercado, p.1) afirma que: No Brasil em geral os investimentos públicos não passam pelos crivos dos instrumentos de engenharia econômica. O que manda é a geografia política, a ideologia, o DNA partidário, são as emendas parlamentares com todos os seus vícios, gerando-se gastos exagerados, obras faraônicas superfaturadas a serem inauguradas num futuro remoto. Resultado: recursos financeiros, mão de obra, matérias primas e, principalmente tempo, mal utilizados. Continuando: Investimento em saneamento trará o beneficio de menos gastos com internações em hospitais, menos ausência no trabalho e às escolas, maior produtividade e bem estar da população. Por sua vez, investimentos em educação aumentam a produtividade do trabalho, bem como reduzem custos decorrentes de acidentes, aumentam a qualidade da alimentação e atenção à saúde pessoal etc.

No Brasil, cumprindo missão de executivo e de legislativo tem-se: um presidente e um vice; 81 senadores; 513 deputados federais; 27 governadores e vice; 1.049 deputados estaduais; 5.568 prefeitos e vice, e, 58.112 vereadores. Pergunta que não quer calar: temporalmente, quantos se elegeram com discursos pregando a visão e missão de estadista e, no presente, vivem enganando e ironizando seu eleitor?

O oportunismo politico vem favorecendo a malversação de recursos públicos, isto é, desvios de fundos no exercício de um cargo no executivo ou no legislativo. E a população brasileira só nestes primeiros 20 anos deste século assistiu e tomou ciência dos escândalos do Mensalão, do Petrolão, da Operação Lava Jato e dezenas de outras operações, se habituando ao vocabulário dos crimes contra administração pública como corrupção ativa e passiva, peculato, concussão, prevaricação, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, etc. e outros como fisiologismo, 'rachadinha', troca de favores, patrimonialismo, clientelismo, nepotismo, delação premiada e outras características do "toma lá, dá cá". E, neste "monte de distorções" arrastam e tem como parceiros empreiteiros, empresários, colaboradores, membros da família e outros. Basta acompanhar as inúmeras operações da Policia Federal, quase que diárias.

Para estas eleições municipais, estatísticas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) registravam a inscrições de 19.342 candidatos à Prefeito para 5.567 municípios brasileiros e 517.801 candidatos a vereador para 58.089 vagas.

Como cada ser humano é único, o cidadão brasileiro pergunta: Você, que ganhou o meu voto e foi eleito, terá conduta cidadã de estadista?

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Obs. Artigo publicado na Gazeta de Piracicaba, Ano XVII, n. $.394, 01/12/2020, p.2 (Opinião)

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