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Elegância íntima - humildade (Vavá; F66)
18/12/2018 - Por evaristo marzabal nevesAtenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.
Elegância
íntima = humildade
Evaristo Marzabal Neves (Vavá – F-66)
O professor
Plínio Montagner escreveu um artigo “A elegância” na Gazeta de Piracicaba em
27/10/05. Chamam atenção alguns pontos que transcrevo e que estabelecem a
possibilidade de sugerir alguns complementos às suas reflexões.
Quando se refere
à elegância abre mão da “elegância no vestir” que basta seguir a moda e ter um
pouco de imaginação e dinheiro. Neste caso, “produzida” externamente, defino a
elegância de contexto, “de fachada”. Em seu artigo, Montagner deixa de lado
esta forma superficial de se ver elegância e parte para a intrínseca, íntima,
que brota dentro do ser humano, isto é, a elegância no trato com as pessoas, à
boa educação, à civilidade e às boas maneiras.
Para Montagner
“a elegância do comportamento é um dom que vai muito além do uso correto dos
talheres e vai muito além de um muito obrigado, por favor, e com licença”.
Certa altura relata que “é possível ainda detectar a elegância nas pessoas que
evitam assuntos constrangedores, pois não sentem prazer em humilhar os outros”
e, na sequência, “como é elegante quem retorna um telefonema, quem cumprimenta
um amigo em seu aniversário, quem é pontual, quem não fala de sua vida financeira
nem pergunta a dos outros. E, ainda, entre outros exemplos, a elegância é
detectada nas pessoas que elogiam em vez de criticar...Cada um colhe exatamente
aquilo que semeia”.
Aos meus alunos,
quando o assunto é enfoque comportamental, deixo bem claro que educação vem do
berço, do lar, ou pode ser adquirida no ambiente escolar e ou no convívio com
as pessoas. É revelada no seu comportamento diante dos outros. É respeitar o
próximo, de qualquer condição social, pois são seres humanos.
No dia-a-dia, como
é bom ter ao nosso lado pessoas elegantes de comportamento, pois são entes que
tentam estabelecer um convívio amigo e fraterno, um saudável clima
organizacional, num ambiente em que nos relacionamos, diariamente, com pessoas
das mais diferentes classes sociais. Trata os seres humanos com respeito e
dignidade, qualquer que seja o momento, mesmo quando tem que fazer uma
advertência ou corrigir desvio de conduta. Sabe, com elegância, utilizar a
ferramenta do “elogio-critica”, da valorização da autoestima antes da
repreensão. Impõe alegria no seu mundo diário. Busca, na sua organização e no
seu dia-a-dia, um ambiente que alcance “um índice de felicidade de 100%”.
O elegante no
trato com as pessoas é simples, é educado, é respeitoso. Não é arrogante, pois
o oposto da elegância é a arrogância, o querer ser superior e se impor pela
autoridade ou pela fortuna, falando alto, sendo grosseiro e mal-educado. É
querer aparecer, esnobar riqueza, mas não passa de pobre de espírito.
Já sentiram que
o elegante de alma irradia simpatia? Não perdem a esportiva. Já repararam
também que a elegância intima é própria da pessoa humilde? Não humilha o
próximo. Daí, no meu entendimento, reforçar que a elegância íntima, inata no
comportamento humano de inúmeras pessoas, é sinônimo de humildade.
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(Publicado na
Gazeta de Piracicaba, 22/01/06, p. 2)