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E a COP21? (Xinai F11)
20/01/2016 - Por willian jun kimuraAtenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.
cialis 20mg cena
cialis cena websitePor que não se comenta mais sobre o tão esperado Acordo de
Paris?
Há cerca de um mês foi celebrado um dos maiores acordos climáticos
da história. No entanto, parece que o tópico esfriou, não se fala mais sobre o
assunto, não há mais notícias sobre o tema e nem mesmo brigas no tão caloroso facebook.
Impeachment? Crise econômica? Dólar? Petróleo? Cunha?
Questões extremamente relevantes tendo em vista a conjuntura atual do país, mas
não dá para perder a oportunidade que Paris nos deixou.
No dia 12 de dezembro de 2015 foi aprovado o tão aguardado Acordo
de Paris. Aproximadamente 200 países desenharam mecanismos para limitar as
emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) e combater os impactos das mudanças
climáticas[1].
Alguns ficaram decepcionados, seja pela falta da
obrigatoriedade por parte dos signatários ou por não alcançar, a priori, o alvo
dos 2°C (aumento máximo da temperatura que os cientistas consideram seguro,
claro, com suas controvérsias[2]).
Um estudo feito por uma instituição internacional[3] mostrou
que, com as metas apresentadas pelos países, a temperatura em 2100,
ultrapassará em 3,5°C o período pré-industrial e caso não se faça nada, esse
valor pode chegar a 4,5°C.
Outros celebraram, acreditam que finalmente o mote, mudança
climática, estrou para as agendas das lideranças mundiais com papel de
destaque. E apesar de, a priori, não alcançar o alvo dos 2°C, as revisões
periódicas das metas possam limitar a esse teto, e ainda chegar a um limiar de
1,5°C.
O mundo deu o primeiro passo para redução dos impactos
causados pela mudança climática. Mas qual o papel do Brasil? Quais os desafios
e as oportunidades para alcançar as metas propostas? O que traz de lição de
casa?
Em 2012, o Brasil "conquistou" o 7º lugar no ranking dos
maiores emissores de GEE do planeta[4].
Muito embora o País tenha apresentado uma redução expressiva nas emissões em
comparação ao período entre 2004 e 2005 [5] e
ter uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo[6],
essa sétima colocação serve de alerta para mostrar que o Brasil ainda tem muito
a fazer.
Nossas emissões (1,2 bilhões de tCO2e em 2012)
estão divididas em 5 setores: agropecuária (37%); uso da terra e florestas
(15%); energia (37%); processos industriais (7%) e resíduos (4%)[5]. Os
dois primeiros se relacionam diretamente com a produção de alimentos -
representando mais da metade das emissões totais.
Os setores ligados à produção de alimento tem um papel de
destaque nas emissões e são neles os nossos maiores esforços. Para atingir o
compromisso assumido, o governo aposta alto na implementação do Código
Florestal, em programas para reflorestamento, no combate ao desmatamento e no fortalecimento
do Plano ABC[7] - programa de incentivo à agricultura de
baixa emissão de carbono.
O desafio de colocar em prática as contribuições brasileiras[8]
para o Acordo de Paris exigem além de incentivos e recursos, muito planejamento
do governo e do setor privado.
Ainda há muitas questões a serem respondidas: Como faremos para atingir os compromissos
assumidos pelo governo? Alguém/Quem irá financiar? Vamos fortalecer a política
de comando e controle? Vamos adotar taxa de carbono - Tributação ou Cap and Trade? Outras políticas? Entretanto,
fica a certeza de que quanto mais prorrogarmos as atividades, mais difícil e
mais caro ficará para alcançarmos nosso alvo.
Ao menos o carnaval deste ano é mais cedo e vamos começar a
trabalhar já no começo de fevereiro.
Willian Kimura (Xinai F 2011) Engenheiro Agrônomo com MBA em Agronegócio. Pesquisador em Agroicone. Ex-Morador da República Pinga Pura.
[3]
https://www.climateinteractive.org/wp-content/uploads/2015/12/Ratchet-Success-14-December-2015.pdf
[4] http://www.wri.org/resources/data-sets/cait-historical-emissions-data-countries-us-states-unfccc
[6] http://www.mme.gov.br/documents/1138787/1732840/Resenha+Energ%C3%A9tica+-+Brasil+2015.pdf/4e6b9a34-6b2e-48fa-9ef8-dc7008470bf2
[7]
http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/download.pdf