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Discurso Jubileu de Ouro F73 (Pedrão F73)
15/10/2023 - Por pedro ronzelli juniorAtenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.
Estou emocionado e sentindo, na alma, o
privilégio de representar as Turmas de dezembro de 1973: 71ª de Engenheiros
Agrônomos, 4ª de Licenciadas em Ciências Domésticas e 1ª de Engenheiros
Florestais. Foi em 1969, ainda no Cursinho "Luiz de Queiroz" ou em
1970, já nas primeiras aulas dos nossos Cursos, que a maioria de nós nos
conhecemos. Colegas, uns mais próximos que outros, até devido às turmas de
aulas práticas, mas, de pouco em pouco, mais que colegas de curso, nos tornamos
amigos.
As comemorações dos primeiros quinquênios eram
de menor importância. Valia mesmo o churrasco, onde podíamos relembrar as
velhas estórias e saber das novidades, uns dos outros, casamentos, filhos e
tanto mais. A organização da ADEALQ, sempre presente, e por isso, nossa
gratidão, mas, faltava alguma coisa que começou a tomar forma com os jantares
nas sextas-feiras antes do churrasco. Sim, os jantares como o de ontem à noite,
onde reunimos quase trezentas pessoas entre os que comemoramos o Jubileu de
Ouro e nossos familiares. Nossa gratidão aos que têm se esmerado na organização
desses jantares, destacando, com muito carinho, ARLET, CHICO JAPONÊS, MILA,
MENTÃO e ROQUE, este, nosso sempre Diretor e eterno Comandante. Agradecemos,
também, os patrocínios salvadores, sem citar nomes para não cometer os
tradicionais esquecimentos.
Há que se lembrar que em 2003 foi criado, pela
iniciativa de ALEMÃO e CHICO JAPONÊS, o Grupo de Pescadores "BÃOS DE
VARA", que tem realizado memoráveis encontros, até para pescar. Em 2004
aconteceu, timidamente, o primeiro PORKITO, que está na versão 15. Algum tempo
depois vieram os CARNEIRITOS, daí os CHURRASQUITOS e, mais recentemente, os
LARANJITOS. Todos sempre com animada presença de mais de trinta de nós e muitos
familiares e agregados. Há que se agradecer aos anfitriões, OLINTO, PICO,
EDINHO, DUECA e ARLINDO, não só pelos encontros maravilhosos, como também, por
terem dedicado os valores recolhidos para nossos jantares das sextas-feiras
antes do churrasco.Há que se agradecer, em especial, ao Marechal Língua Preta, nosso
querido CHICO JAPONÊS, sempre agitando a Turma e incentivando a estar presente.
Juntos há tanto tempo, de conhecidos a colegas,
de colegas a amigos e de amigos nos tornamos a Família F-1973/DEZ - A ÚNICA.
Agradecemos a Deus que tornou possível mais esse encontro, cinquenta anos
passados, ou mais.
Agradecemos, com muito carinho, às nossas
esposas, esposos, filhos, netos e até bisnetos, bênçãos puras em nossas vidas,
que têm também, por justiça, o Certificado de Esalqueanos, consideradas as
mesmas estórias que ouvem ano após ano. Agradeço, por fim, pela renovação da
confidência para representá-los, falando neste nosso Jubileu de Ouro.
Ooops, ao protocolo, saudamos a Dra. Thais
Maria Ferreira de Souza Vieira, Diretora da Escola Superior de Agricultura
"Luiz de Queiroz", em nome de quem saudamos as demais autoridades da
ESALQ, o Dr. Marcelo Luiz Marino Santos, Presidente da Associação de Ex-Alunos
da ESALQ, (ADEALQ), em nome de quem saudamos os demais representantes dessa
importante Associação, que tem papel fundamental entre os ex-alunos, em
especial, na organização das comemorações dos quinquênios. Saudamos,
respeitosamente, nossos "doutores" todos das turmas nominadas com 55
ou mais anos e, com mais respeito ainda aos doutores parceiros de Jubileu de Ouro
da Turma de JUL/1973, afinal bixo é sempre bixo.
Dedicamos um momento de lembrança aos que nos
deixaram. Os passamentos são sempre motivos de tristeza. A Família F-1973/DEZ
era formada por 221 integrantes nos três Cursos aqui comemorando o Jubileu de
Ouro. As perdas nesses anos foram grandes. Dois se foram antes de concluir seus
cursos e mais cinquenta 50 depois da conclusão. Destes, 46 da Engenharia
Agronômica, duas das Ciências Domésticas e dois da Engenharia Florestal.
Destaco os nomes de JOSÉ LUIZ FERRARI, o Ferrari, JOSÉ ROBERTO PEREIRA DA
SILVA, o Pernilongo, OSCAR SHIGUETO KAWAMOTO, o Oscar, e RONALDO ANTONIO
CANEVA, o Ronaldo, que nos deixaram neste ano de 2023. Estaremos sempre
pranteando essas perdas. A Família chora!
Somos uma geração de egressos da ESALQ que vive
grandes conquistas. No discurso do Jubileu de Prata, faz 25 anos, lembramos de
algumas delas vividas ainda no tempo da Escola, a maior parte relacionada com
nossa rica vida acadêmica. Anos intensos, eu disse naquela ocasião. E podemos repetir,
foram mesmo. Deixei, também, como pergunta, se tínhamos feito tudo que
desejávamos. Estou certo de que fizemos e, por isso, hoje temos muito para
estar comemorando.
Nós somos, também, uma geração agraciada com as
conquistas tecnológicas. Quantos não se lembram das horas esperadas na
Charutaria da Praça José Bonifácio para fazer um simples telefonema, mesmo que
fosse para Campinas. Eram, quando pouco, três ou quatro horas de espera. Creio
que todos nos lembramos, também, daquela calculadora mecânica de manivela da
Facit que utilizávamos nos laboratórios da Engenharia. Os intermináveis
cálculos de levantamentos topográficos que faziam zunir as manivelas. Além
dessa, talvez a lembrança, apesar de hilária, pela circunstância, foi muito
especial pelo equipamento, ainda desconhecido para muitos, e que teve o
Professor Zilmar como protagonista, em aula de Edafologia operando uma Máquina
Polaroid, sim, uma grande novidade em máquinas fotográficas, já que a revelação
da fotografia acontecia em poucos segundos, servindo ao querido professor, aqui
presente, como documento de nossa presença. Coitado do "seu" Jorge,
nosso bedel, seus dias como anotador de nossas presenças estavam contados.
Pois é, o tempo passa e o progresso se faz
presente. Desde há algum tempo, nossos netos já nascem utilizando, com
maestria, os telefones celulares que têm uma quantidade de funções cuja
totalidade nossa geração ainda não descobriu, sendo substitutos com vantagens,
de máquinas fotográficas, calculadoras e, até, são utilizados para ligações
telefônicas, para qualquer parte do mundo, com a diferença de que essas
ligações acontecem em poucos segundos, isso, sem contar o tal de WhatsApp, que
utilizamos diariamente e que nos mantém ainda mais unidos. O mundo moderno tem
pressa. Chega de esperar!
Há que se falar um pouco sobre as conquistas
tecnológicas na agropecuária. Fazemos, com muito orgulho, parte de muitas
delas. Nossa Família F-1973/DEZ tem representantes em todas as áreas. São,
entre outros, empresários do agronegócio, pesquisadores, professores, agentes
de assistência técnica, administradores, muitos dos quais, com justiça, tiveram
seus trabalhos, suas descobertas e suas qualidades profissionais, reconhecidos
e premiados, transformando-nos a todos em laureados do magnífico progresso que
vivemos nesses cinquenta anos.
Estamos ou estivemos trabalhando no mundo da
agropecuária em instituições públicas e privadas. Vimos a EMBRAPA nascer, tendo
como modelo o nosso secular Instituto Agronômico de Campinas, avançando por
todas as Regiões do País. Vimos a Assistência Técnica ganhar essencialidade
junto à agropecuária. Esse progresso foi documentado com muita qualidade em
pronunciamentos recentes, que circularam pelos meios de comunicação, em
especial no tal de WhatsApp, inclusive devido ao cinquentenário da EMBRAPA, que
se aproxima.
Em pesquisas e documentários dos anos 1980,
tínhamos um horizonte cruel quanto à alimentação dos povos no mundo. Era senso
comum que a nossa barreira para alimentandos seria a de seis bilhões de
pessoas. Documentava-se, também, que parcela representativa desses seis bilhões
passaria, de qualquer jeito, algum tipo de privação alimentar, parte deles,
fome real.
O paradigma foi mudado. A barreira dos seis
bilhões de pessoas foi ultrapassada, a população mundial já passou de oito
bilhões e a agropecuária vem dando conta do recado alimentando o mundo, já que
a proporção daqueles que passam algum tipo de carência alimentar não se
modificou. É triste reconhecer, mas permanecem os equívocos políticos como a
causa do problema, já que aumentar a produtividade tem sido nosso norte e, com
muito orgulho, o Brasil, por meio de nós, participa dessa mudança real de
paradigma.
Quanto progresso!
Somos parte viva desses acontecimentos!
Estamos felizes pois, ao olharmos no espelho,
não vemos os idosos que lá aparecem, pois continuamos jovens, entusiastas e
prontos para os desafios, afinal, mesmo que o estilingue permaneça "entre as
orelhas", sabemos que renovar a carteira de motorista tem sido mais difícil,
mas estamos aqui, sempre nos reinventando.
Queridos, encerro com a citação de alguns
versos do capítulo três do Livro escrito pelo Rei Salomão denominado O
Eclesiastes, da Bíblia Sagrada:
TUDO TEM O SEU TEMPO DETERMINADO.
HÁ TEMPO PARA TODO PROPÓSITO DEBAIXO DO CÉU.
TEMPO DE NASCER E TEMPO DE MORRER.
TEMPO DE PLANTAR E TEMPO DE COLHER.
Obrigado pela atenção, muita paz para todos e
que Deus nos acompanhe para que nos encontremos ainda em muitas outras vezes,
SEMPRE COLHENDO e que venha a Comemoração dos Setenta e Cinco Anos, nosso Jubileu
de Brilhante.
Pedro Ronzelli Júnior
14 OUT 2023