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Crédito na Praça (Pinduca F68)
30/04/2016 - Por marcio joão scaléaAtenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.
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sertraline and alcoholEra o mês de dezembro de 1976 e o Administrador estava
Levantou cedinho, na casa de sua irmã onde estava hospedado,
para fazer uma lista de locadoras de carros que constavam nas páginas amarelas.
Banho tomado, relação na mão, foi para o centro da cidade, onde se concentravam
as lojas das locadoras : Av.São Luiz, Rua da Consolação, Praça da República. Na
primeira loja, empresa internacional, alto marketing, foi muito bem atendido,
com detalhes sobre os carros disponíveis, os períodos de locação mais
convenientes, as tarifas, e principalmente os procedimentos : era necessário um
cartão de crédito como garantia do aluguel. Na falta deste, que o Administrador
não tinha, como 99,9% dos brasileiros naquela época, era necessário um
avalista, dono de imóvel escriturado
Meio da tarde, desorientado, o Administrador resolveu ir até o escritório central da fazenda em que trabalhava, na Rua Benjamin Constant, pleno centro velho de São Paulo, a ver se convencia algum incauto a ser seu avalista no aluguel do carro. Envergonhado por ter que chegar a esse ponto, ele expôs o problema ao chefe de seu chefe, vice presidente do Grupo, que deu uma gargalhada e disse :
- Ora, se é para avalizar um aluguel de carro, vamos fazer um negócio bem feito : em vez de alugar, você compra um carro, financiado pelo nosso banco, e com a anuência do Patrão, eu sou seu avalista. Vamos falar com ele.
Antes do banco fechar o cadastro estava pronto, autorizado pelo Patrão, e o Administrador voltou para a casa da irmã, onde foi recebido com certa frieza : onde está o carro alugado? E ele desconversou, ainda inseguro quanto ao andamento do caso :
- O negócio não deu certo, mas amanhã eu resolvo.
- Qual carro você está alugando ?
- Um corcelzinho.
- Toma cuidado para não pegar um carro velho, arrebentado!
Dia seguinte a primeira providência foi buscar uma revendedora Ford que tivesse um corcelzinho à pronta entrega. Eram oito e meia da manhã quando ele achou a revendedora, na Av.Rio Branco, que tinha o carro para entregar e aceitava o financiamento proposto pelo banco do Patrão. Às dez e meia ele entrou no banco com os documentos necessários. Às três e meia da tarde ele retornou à revendedora com os papéis prontos, que às cinco e meia lhe entregou o Corcel I, de um verde claro que não era dos mais bonitos, mas emplacado e com o tanque cheio, pronto para a viagem.
Vale mais um Patrão banqueiro do que qualquer cartão de crédito!
Marcio Joao Scaléa (Pinduca F68) é Engenheiro Agrônomo ex morador da Republica Mosteiro