Blog Esalqueanos

Causos do Dr Mauá - O Sao Dimas Futebol Clube e o Boteco da Vila

17/07/2015 - Por orlando lisboa de almeida
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

11533 views 0 Gostei 0 Não gostei

lexapro and weed good

lexapro and weed good

naltrexone benefits

vivitrol shot cost opiate blocker shot vivitrol

O SÃO DIMAS FUTEBOL CLUBE E O BOTECO DA VILA 

     Minha irmã morava com a família no Bairro São Dimas, perto da igreja e eu fiquei “só” os quatro anos como hóspede honorário da família, à qual sou grato.   

     Nas horas de folga dos estudos, para arejar a cabeça, ia até o barzinho da vila, ao lado da igreja para rever os amigos e bater um bom papo.     Lá era o local de concentração do time amador do bairro, cujo goleiro era meio ilustre porque ele, o Celita, é amigo do Chicão, aquele famoso zagueiro que jogou no São Paulo e passou até pela seleção.   

     Voltando ao mundinho da Vila, a turminha do time e torcedores tinham nomes como Pão, Abobrinha, Dema, Macarrão, Chico Caçador  e assim por diante.      O time chegou a ir jogar em S.Paulo no Desafio ao Galo, que era um torneio da TV Gazeta para futebol amador.    Quem perdia caia fora e o que ia ganhando ia ficando para enfrentar novos desafiantes.     Nessa leva, o Nacional de São Bernardo, se me lembro foi um dos que marcou época no tal Desafio.     O fato é que nosso time foi lá completinho e levou o Pão que era o massagista.  Só que lá ficaram sabendo que era praxe o pessoal da TV entrevistar o massagista e por essa razão, grande sacanagem do técnico, deixou o Pão na cerca e ficou ele, o técnico de massagista, só para ser entrevistado.     Não teve entrevista e perderam a partida, dando pano pra manga para mil discussões acaloradas no Boteco da vila por uma boa temporada.

     Um belo dia o Macarrão, alto, magro, calmo e simples, dono de um dodge dart de câmbio em cima, com três marchas e motor de oito cilindros em V, bebedor que só, resolve convidar os amigos do Boteco para irem ver um jogo no Maracanã.    Dizem que chegaram lá, pegaram a Brasil e tocam em frente.     Chegaram na região central do Rio e resolveu encavalar a marcha do seu conservado Dodge.   Não tinha jeito de fazer aquela barca sair do lugar.     O Macarrão, com aquele sol de rachar mamona, deixou o carro na sua e foi para um bar do outro lado da rua tomar umas geladas para esfriar a cabeça.    Depois ia ver como resolver o problema, afinal quem estava com problema era o carro, ora! 

     Outro belo dia o Macarrão estava dando um giro pela cidade de Pira e, mesmo sendo calmo e cuidadoso, acabou atropelando um bêbado, que se feriu sem gravidade.   Mas houve BO na polícia e um dia o Macarrão foi chamado para depor.     Na sua simplicidade, foi ouvindo o que tinha contra ele.    Primeiro, estranhou por ser chamado de Senhor Valdomiro, logo ele que era Macarrão 24 horas por dia, há anos.

     O escrivão leu lá a acusação:    O Sr.Valdomiro estava trafegando pela rua tal conduzindo seu veículo, quando na rua N colidiu com um transeunte que sofreu escoriações generalizadas.      O Macarrão ficou indignado com aquilo, que ficou sem entender patavina.    Só sabia que se tratava do bêbado, porque o cara estava ali na sua frente.    Foi então que ele deu sua versão para os fatos.

     O que aconteceu foi o seguinte:    Eu tava passando devagar com meu carro naquela rua, não trafegando que eu nem sei o que é; depois me passa um bêbado, não um transeunte e entra na frente do carro.    Eu não colidi com ninguém, foi o bêbado que praticamente caiu em cima do carro, de tão bêbado que estava e levou uns arranhões na queda mais da manguaça do que da batida.

     Acho que fizeram o Macarrão pagar uns trocados dos curativos do tal transeunte e ficou tudo na paz, tudo arquivadinho da silva e “boa” como diz o nativo.

     Nesse tempo, como já disse, o Chicão, irmão do nosso amigo Celita era o zagueiro bigodudo do São Paulo e passou pela Seleção.    Batia até na sombra e quando algum repórter perguntava se ele não era muito bruto, tinha uma resposta à altura:   Futebol é coisa pra homem...    Quem acompanhou futebol da época conhece a fama da figura. 

      Pois um belo dia tinha um jogo importante da Seleção e fomos escalados para ir assistir o jogo justo na TV da casa do próprio Chicão.     A santa mãe dele era uma senhora tão simples que, diante de tantos companheiros do filho dela na sala vendo o jogo, ela ficava na porta que separava a cozinha da sala, em pé, com seu avental enxugando a mão todo momento, nervosa com o jogo.   Ela menos torcia e mais tinha medo de que algo de mal acontecesse ao seu garoto.

     O jogo estava disputado e não demorou muito, numa bordoada só, o Chicão botou meio ataque do adversário no chão.    Derrubou e caiu também, talvez para disfarçar a bordoada.

     A mãe do Chicão viu aquilo e ficou desesperada.    Não aguentou e disse aflita:  Ah, meu Deus, vão machucar meu Chiquinho!!     Donde se conclui que acima de tudo e de todos, mãe é mãe e fim de papo.

Orlando Lisboa de Almeida (Mauá ou Camarão F-76)  Engenheiro Agrônomo, Fez carreira no Banco do Brasil onde se aposentou, hoje é conselheiro suplente da câmara de agronomia do CREA do PR, conselheiro consultivo do Sindicato dos Engenheiros do PR - Nativo de coração, frequentava a Republica Kpinzar

Mauá é nosso colunista do Blog e tem seus "Causos" publicados toda Sexta Feira para você começar bem seu "Quase Final de Semana" 

Acesse o BLOG do Orlando - http://www.orlandolisboa.blogspot.com.br 

PUBLIQUE NO BLOG!