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Causos do Dr Mauá - "AAALQ em Período de Outono"
01/05/2015 - Por orlando lisboa de almeidaAtenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

AAALQ EM PERÍODO DE OUTONO
Eu militei na política acadêmica meio de
teimoso, porque nós estávamos em plena fase negra da Ditadura Militar e todo
mundo, principalmente do mundo acadêmico,
era vigiado e até as paredes tinham olhos e ouvidos. Falava-se em gente infiltrada em nosso meio
e coisa e tal. Felizmente para nós a
coisa ocorreu sem mortos e feridos.
Quando passei pela diretoria de patrimônio do CALQ, descobri numa das
escavações da papelada antiga, um livreto escrito pelo esalqueano do passado,
Romeu Ítalo Ripoli, falando da história de glórias da AAALQ, nossa Associação
Atlética Acadêmica Luiz de Queiroz.
Dentre outras modalidades, a AAALQ jogava de igual para igual com fortes
times de futebol da capital e do interior de SP nos bons tempos.
Por outro lado, na nossa época, apesar do
belo complexo esportivo à nossa disposição, nossa agremiação andava meio
nadando com a barriga no chão em termos de competição, apesar que uma
agremiação acadêmica não tem a finalidade de ficar levantando caneco. O caneco fica melhor para as horas de folga,
com uma gelada, para molhar a conversa e animar a prosa.
Nosso complexo esportivo contava com um
excelente ginásio poliesportivo com alojamentos para delegações visitantes em seu anexo. Salas de ginástica, tatame para judô,
piscina com raias para competições, campos de futebol, campo de basebol, de
tênis de campo com piso de saibro e muito mais. Só não suava quem fugia da raia.
Como tinha dito, o período era de outono
da AAALQ, aquela de passado de glórias e muito bem representada pelo A
encarnado com a forma de um atleta em posição de alerta. Outono porque
na ocasião as vitórias eram parcas, a participação era modesta e mesmo
para encontrar candidatos para a eleição que estava chegando estava russo.
Nesse clima, um iluminado teve uma
brilhante idéia. Chamar o Mauá (eu, no
caso) para lançar uma chapa, o que era um absurdo porque de prosa e até algum
verso eu me meto um pouco, mas em esporte sou um e meio de zero a dez. O que sei é do jornal e eu leio muito a
coluna de política, economia, ciência e cultura ordinariamente. Depois de ler o horóscopo, se sobrar um
bocadinho de tempo, leio algo do esporte só para não ficar mudo na roda de
prosa. Exatamente por esse perfil, no
argumento do iluminado, eu era o cara para encabeçar uma chapa. Para todo mundo ficar indignado, com o anti
candidato e provocar o brio daqueles atletas que não saiam dos treinos e não se
dignavam a ajudar a formar uma nova diretoria para a AAALQ.
Para encurtar a prosa, a emenda ficou
melhor que o soneto. Saiu minha chapa e
a indignação dos atletas pariu mais duas outras. Fizeram campanha e coisa e tal e eu na
minha. Perguntavam no campus se eu era
candidato e eu confirmava sem maiores.
Pois chegou o dia do embate e minha chapa, milagrosamente, ficou por uma
casca em segundo lugar. Todos
vencemos e comemoramos, pois quem ganhava era nossa AAALQ que não poderia ficar
sem timoneiro. Fica para a
história.
Orlando Lisboa de Almeida (Mauá ou
Camarão F-76) Engenheiro Agrônomo, Fez carreira no Banco do Brasil onde
se aposentou, hoje é conselheiro suplente da câmara de agronomia do CREA do PR,
conselheiro consultivo do Sindicato dos Engenheiros do PR - Nativo de coração,
frequentava a Republica Kpinzar
Mauá é nosso colunista do Blog e tem
seus "Causos" publicados toda Sexta Feira para você começar bem seu
"Quase Final de Semana"