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Casamento com Prova (Pinduca F68)
25/09/2015 - Por marcio joão scaléaAtenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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Fim de novembro, veio a surpresa : a prova final de Química
Biológica, do segundo ano da ESALQ, em que toda a classe estava pendurada
precisando de nota para passar, foi marcada para o dia 8 de dezembro! Só que
nesse dia o Universitário tinha um compromisso inadiável, o casamento de seu
irmão Claiton, marcado há vários meses. Era numa terça feira, mas naquela época
era chique casar em dia outro que não um sábado, além de ser dia de Nossa
Senhora.
O problema não seria faltar à prova, sempre haveria uma
segunda chamada, marcada para uns dias depois. O problema era que na prova
normal, com a sala cheia, a possibilidade de certas facilidades entre colegas
seria maior : com muita gente seria muito mais fácil "colar", coisa que parecia
ao Universitário a única chance de passar de ano, pois ele não conseguia nem
decorar a fórmula da Acetil-coenzima-A, coisa trivial segundo o Dr.Arzolla.
Mas organizou-se um esquema, pela república Vai Kem Ké :
- Pinduca, você vai ao casamento de seu irmão. Enquanto isso
nós arrumamos uns cadernos bons, e assim que você voltar nós vamos estudar com
você, vamos varar a noite estudando.
E assim foi feito : casamento lindíssimo na capela do
Morumbi, em meio à mata. Pequena festa para os parentes mais chegados, na casa
da noiva, no Itaim. Dia seguinte, no primeiro ônibus para Piracicaba, lá foi o
Universitário, preocupado com a prova : será que eles conseguiram os cadernos?
Conforme o combinado, o Universitário foi para o Vai Kem Ké
às sete horas da noite, tendo descansado em sua república durante a tarde. Lá
chegando, o alívio de ver os cadernos à disposição : o da Marney e de outros
colegas menos conceituados, mas só o da Marney já era suficiente. Para animar,
a informação de que a prova seria sobre matéria restrita, apenas onze pontos
abordados nas aulas práticas do segundo semestre. Cadernos e apostilas em mãos,
a conclamação :
- Pessoal, vamos agarrar no estudo, vou esperar vocês lá na
sala do meio, que tem lousa.
Ao que a turma replicou :
- Pinduca, faz o seguinte : estuda três pontos e depois nos
chama para nos ensinar, rende mais do que estudar todo mundo junto. Enquanto
você estuda, nós jogamos uma caixetinha...
- !!!
Três pontos estudados, quase três horas depois, o novo
chamado :
- Pessoal, vamos lá. Já foram os três pontos.
- Agora não dá, tá no fim da caixeta. Estuda mais três e nos
avisa. Quem vai nessa? Cartas...
Mais três pontos, não, mais quatro, para fechar um assunto,
madrugada adentro, agora com café forte e coca cola e novo chamado :
- Pessoal, fiz um café forte, vamos lá. Já são sete pontos
para repassar.
- Pinduca, agora tá no meio de outra caixeta, não dá para
parar. Mas valeu pelo café. Estuda mais meia hora e aí nós vamos...
- !!!
Meia hora, uma hora, mais quatro pontos, acabou a matéria, o
dia clareou e...nada.
- Vamos fazer o seguinte, Pinduca. Você aprendeu tudo, nós
vamos sentar ao seu redor e copiar sua prova, escreve com letra bem grande.
Vamos tomar um banho e subir para a escola.
Do banho, mais da metade nem voltou, e muitos nem banho
tomaram, foram direto para a cama. No pavilhão de Química, tinha mais gente
para essa segunda chamada do que para a primeira, dois dias antes. O
Universitário sabia mais da metade das questões, o resto foi insinuado e
praticamente ensinado pelos professores, em uma aula de revisão antes do início
da prova.
Só não passou quem não conseguiu ficar acordado para ir
fazer a prova.
Adeus bioquímica, para nunca mais!
Marcio Joao Scaléa (Pinduca F68) é Engenheiro Agrônomo ex morador da Republica Mosteiro