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Carta Leite - Produção de leite e lácteos na Argentina

21/09/2017 - Por alcides de moura torres junior
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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Segundo a Subsecretaría de Lechería do Ministerio de Agroindustria da Argentina (MAGYP), a produção no país foi de 9,90 bilhões de litros em 2016.


A produção foi crescente na Argentina de 2003 a 2012, com oscilações pontuais, entretanto caiu 12,5% em 2016. O país vinha com a produção acima de 11 bilhões de litros desde 2011, caindo para menos de 10 bilhões em 2016.



Esta queda se deu em função das condições climáticas adversas, como excesso de chuva em regiões marcadas pela alta produtividade, levando a perdas consideráveis de pastagens e vacas. A queda na cotação e as dificuldades enfrentadas pelos laticínios argentinos também tiraram muitos produtores e indústrias da atividade.


Em 2017, a produção de janeiro a agosto já diminuiu 0,8% em relação ao mesmo período de 2016, o cenário climático que caracterizou o segundo semestre do ano anterior se repetiu no primeiro semestre deste ano, porém com menor intensidade.


Neste segundo semestre se espera uma recuperação da produção, com um ligeiro crescimento na comparação com o mesmo período do ano anterior. 


Exportação


As exportações de lácteos argentinos foram de 300,72 mil toneladas em 2016, representando um faturamento de US$815,94 milhões, 9,5% e 27,4% menor que em 2015, respetivamente.



Os principais destinos, em faturamento, foram: o Brasil 39%, a Rússia 11%, a Venezuela 10,6% e Argélia 8,3%. 


Os principais produtos exportados foram: leite em pó integral (45%), soro de leite (22,3%) e queijos (16,6%).



Segundo o Observatório de la Cadena Láctea de Argentina (OCLA), de janeiro a julho de 2017 o pais embarcou 115,756 mil toneladas de produtos lácteos, 31,8% menos que em 2016 obtendo uma receita de US$374,60 milhões, 15,1% menor que no mesmo período de 2016. 


O volume acumulado nos primeiros sete meses de 2017 é o menor dos últimos quatorze anos para o mesmo período.


Esta queda significativa se deve à baixa produção, melhores preços no mercado interno, aumento nos custos de produção, baixa escala da produtividade industrial e desvalorização da moeda.


A Argentina é um dos principais exportadores de produtos lácteos da América do Sul. E o Brasil é o seu principal destino.


Em agosto foi prorrogado o acordo para importação de leite em pó da Argentina pelo Brasil que vigorará até maio de 2018. A cota atual é de 54 mil toneladas distribuídas mensalmente durante o período de junho de 2017 a maio de 2018, sendo que os exportadores poderão lançar mão da cota limite de 5 mil toneladas/mês em meses onde a demanda assim exigir. 


Este tipo de acordo permite previsibilidade nas operações e evitar surtos de importações que pressionem os preços internos. 


Para 2018, a Argentina pretende se mobilizar para o fim das cotas de exportação vigentes no mercado brasileiro. 


Considerações finais


Depois de dois anos atravessando uma das crises leiteiras mundiais mais profundas e prolongadas, e com problemas internos no contexto econômico e deficiências estruturais do setor, a atividade na Argentina começa a se recompor lentamente. 


Os preços em toda a cadeia têm melhorado e os custos de produção diminuído, embora os efeitos climáticos negativos, ainda fortes em algumas regiões, progressivamente vão ficando para trás.


A expectativa é de ligeiro aumento na produção em 2017, na comparação ano a ano.

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