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Campinas precisa de mais áreas urbanas? (Clodô, F99)

07/05/2017 - Por rodolpho bochicchio do amaral schmidt
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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Campinas precisa de mais áreas urbanas?

Campinas não precisa de mais áreas urbanas! Campinas precisa reordenar suas áreas urbanas já consolidadas e resgatar suas áreas rurais. Precisamos criar alternativas de rentabilizar as áreas rurais com uma reforma agrária conduzida pela iniciativa privada através de empreendimentos rurais que integrem a produção artesanal tecnificada com o turismo ambiental, ampliando o número de moradias rurais com qualidade, segurança e sustentabilidade.

Nos centro urbanos precisamos de uma reforma urbanística que preencha os vazios e aproxime os cidadãos das áreas de lazer, de saúde e também das áreas rurais. Definitivamente não precisamos ampliar as áreas urbanas da cidade. É preciso sim movimentar a economia com bons empreendimentos, porém saindo do censo comum, criando modelos que atendam o anseio de uma geração que busca sustentabilidade e paz de espírito.

Ampliar os limites urbanos da cidade convertendo as áreas rurais em áreas de expansão urbana significa manter o paradigma da cidade como ela é, potencializando seus problemas, principalmente os de mobilidade urbana.

Precisamos aceitar a cidade que conhecemos? Não podemos empreender a cidade, urbana e rural, que queremos? Como nossos pais e avós um dia já o fizeram. Já tivemos em nossa cidade o ciclo do café, o ciclo do leite, o ciclo da especulação imobiliária e dos muros. Podemos construir agora a era da sustentabilidade e da sociabilidade. Podemos criar empreendimentos em propriedades rurais que permitam um êxodo rural inverso, trazendo as pessoas de volta para o campo, seja como moradores e produtores rurais, seja como turistas.

Podemos transforma Campinas em uma cidade moderna onde, no centro urbano, as pessoas morem próximas aos parques de lazer e aos centros de saúde verticalizando os bairros nos seus entornos e obrigando a diversificação de empreendimentos de diferentes níveis sociais  minimizando assim a necessidade de uso de veículos particulares, barateando e modernizando o uso de veículos coletivos. Podemos melhorar os acessos às áreas rurais e transformar as áreas rurais em locais de produção, moradia, turismo e lazer, integrando o ambiente rural ao urbano com parques lineares e ciclovias.

Para tanto não precisamos ser medíocres convertendo as áreas rurais em urbanas, precisamos sim reordenar as áreas urbanas e estabelecer as regras e politicas de incentivo que permitam, a reforma urbana, com a construção de bairros verticalizados mistos em classes sociais, e uma reforma agraria com empreendimentos rurais privados de moradia, produção e lazer, que viabilizem a injeção de capital para pavimentação das estradas de terra, a melhoria do sistema de saúde, lazer, segurança  e transporte nas áreas rurais.

A riqueza sempre veio da terra, porem os políticos e os empresários urbanos se viciaram na ideia e na comodidade do padrão que a riqueza vem da urbanização da terra.

Logico que este ideal só será construído com pulso firme na concepção e na fiscalização das regras. Precisamos fazer de Campinas um lugar de destaque no mundo. Inclusive para justificar nosso aeroporto internacional que me lembra a área rural de Campinas, enorme, lindo e triste, pela falta de pessoas, porem com enorme potencial.

Rodolpho Schmidt (Clodô, F99) é Eng Florestal, Ex Morador da República Kpixama, Empresário sócio da CBFT - Cia Brasileira de Florestas Tropicais

Texto publicado no Correio Popular de Campinas no dia 28/02/2017 - Baseado na proposta da Prefeitura de Campinas em converter todo o território rural do município em área de expansão urbana, na revisão do plano diretor em andamento.

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