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Aventura na Estrada (Pinduca F68)
30/11/2015 - Por marcio joão scaléaAtenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

O serviço de topografia feito para a Samello rendeu, alem de
um par de sapatos P.I., um bom dinheiro. Dinheiro este empregado pelo
Universitário em mais uma viagem ao nordeste, desta vez pagando sua parte nas
despesas do carro do Amigo 9.
Eram dois fuscas : um para as "Meninas", duas irmãs
estudantes de psicologia, Carminha e Petite, mais uma colega já não tão menina
assim. No outro carro iam o Universitário, o Amigo 9 e um colega de classe
deste. Para andar mais rápido e fazer a viagem render mais, o colega foi para a
direção do carro das Meninas, enquanto que a Carminha veio para o do Amigo 9.
Cá entre nós, feliz troca.
Lá pelas tantas, quase ao escurecer, havia um trecho da
estrada que passava por um posto de gasolina à esquerda, com grande movimento
de caminhões entrando e saindo do abastecimento. Foi quando um caminhão
(daqueles FNM cara chata) saiu do posto e entrou na rodovia, bem na frente do
carro em que o Universitário viajava. O Amigo 9 foi obrigado a frear
violentamente e ir desviando para a direita, quase caindo numa ribanceira logo
ao lado do acostamento. Mas conseguiu parar sem bater nem despencar. Refeitos
do susto, alta indignação, o Amigo esbravejou :
- Vou mostrar para esse safado que isso não se faz.
E passou a seguir o caminhão, que logo depois entrou noutro
posto, parando no pátio. O Amigo estacionou ao lado, botou a cara pela janela
do fusca e falou para o motorista, que descia da cabine :
- Moço, você viu o que fez ali atrás, no outro posto?
- Não vi e nem quero saber.
- Pois devia. Você quase nos matou, isso não se faz. Agora
eu vou lhe dar um tiro na cara (tirando o 38 de debaixo do banco).
- Se for atirar atire logo (subindo de volta para a cabine
do caminhão e remexendo numa bolsa).
- !!!
O bom senso prevaleceu e o Amigo 9 atendeu aos gritos da
Carminha, que o mandava sair dali o mais rápido possível. O resto da viagem até
Governador Valadares, para o pernoite, foi num silencio sepulcral, todos
envergonhados.
O episódio mostrou duas coisas ao Universitário :
i) nunca ande armado, pois a confiança que uma arma lhe transmite é meio caminho para uma desgraça;
ii) mas se estiver armado e resolver usar sua arma, use-a logo,
para não passar de criminoso a vítima.
Marcio Joao Scaléa (Pinduca F68) é Engenheiro Agrônomo ex morador da Republica Mosteiro