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Arborização em Cidades (Saúva; F80)

01/08/2021 - Por teofilo marien almeida
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De repente chegou o caminhão com as luzes piscando e dele desceram homens uniformizados apressados, trazendo suas ferramentas, pás, ancinhos, machados, serras de poda e uma motosserra. Um homem dentro do cesto aéreo levantado pelo caminhão subia as alturas, agora acima da copa das árvores. La de cima com sua motosserra ia cortando aos poucos os galhos, um a um, como se despisse de toda a roupa, deixando um corpo nu, imóvel já sem os braços que podiam ha pouco agradecer a brisa e o vento que batia em suas folhas, Em um ato contínuo em um só golpe o tronco é libertado das raízes e vem ao solo, sem antes, durante frações de segundo a velha árvore poder lembrar dos tempos que ainda no viveiro, sonhava em ser plantada em uma bela rua, praça ou avenida e com sua bela copa dar abrigo e alimento para os pequenos animais que viveriam em seus galhos, dar abrigo do sol e da chuva para quem passasse à sua frente, e na primavera se embelezar com suas flores e enebriar com seu perfume. Mas quis o destino que fosse plantada em uma cova rasa cheia de entulhos, onde suas raízes não puderam se desenvolver tendo que romper pisos e calçadas para se manter em pé, quisera não ter sido plantada muito próxima às edificações, assim suas folhas ao caírem não entupiriam os bueiros e as calhas e seus galhos não atrapalhariam as redes elétricas, e seriam desnecessárias podas drásticas que lhe tiraria a beleza, transformando-a em um ser assombroso e disforme. Não fique triste árvore derrubada nem os passarinhos gemiam mais em seus galhos. Não te importes quando em filas certinhas empilharem seus galhos, deixou-nos a semente e a promessa  de Seguirmos Plantando.

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