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AKN 3 (Pinduca F68)
02/07/2016 - Por marcio joão scaléaAtenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.
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mixing zoloft and weed dollarbillcopying.comA perplexidade voltou a selar o ocaso da amizade entre o Pesquisador e AKN, vinte e um anos após ter começado. Foram inúmeros momentos experimentando as mais variadas emoções e suas conseqüências.
A emoção de um peixe pescado no Pantanal. O sabor desse mesmo peixe, horas depois, no acampamento. A emoção de um plantio terminado no prazo. E a colheita farta, semanas depois. A emoção de entrar em quadra para um jogo de futebol de salão. E a comemoração da vitória, logo depois. Ou a frustração da derrota, principalmente quando o oponente era a AABB de Ponta Porã, ô paraguaiada lisa. A emoção de chupar um abacaxi em plena roça, toscamente descascado com facão. Fingindo não ver os índios que escondidos, esperavam ficar sozinhos para voltar a roubar as frutas. A emoção de uma viagem com a família ao exterior, longamente planejada. E a preocupação com a saúde de AKN logo após o retorno, veladamente comentada :
- Estou indo para São Paulo logo depois da votação, amanhã. Vou consultar uns médicos.
- É coisa grave, AKN? Posso ajudar?
- Acho que não é grave, mas incomoda muito, talvez tenha que operar, é aquela operação dolorosa, você sabe, né?
Sem jeito, ele se referia a um problema de hemorróidas.
Dois dias depois, ao chegar à fazenda para avaliar uns experimentos, o Pesquisador se deparou com um ambiente terrível, todo mundo cabisbaixo, as secretárias chorando pelos cantos, e perguntou :
- O que houve? Parece um velório!
- Foi o AKN, que em menos de 6 horas foi consultado por um médico, avaliado por uma junta médica e operado de urgência para a retirada de um câncer no intestino. Mas está passando bem.
- Mas o problema não era outro?
- Era o que lhe diziam os médicos daqui!
AKN sobreviveu por mais três anos e oito meses, fases boas, fases terríveis, varias cirurgias, tratamentos complicados. Otimista, valente até o fim. A emoção de um último jantar com ele e o Amigo 10, que os apresentara há duas decadas, no Retiro da fazenda, onde a cozinheira fazia uma galinha caipira ensopada digna de reis. E depois do jantar o merecido sono, barriga cheia, o ronco extravagante, característica de AKN. A emoção de vê-lo deixar o hospital, após mais uma série de cirurgias, supostamente melhor, para ir para casa, avisando :
- Mais uns quinze dias e estou de volta à fazenda, temos muito o que fazer lá.
E a morte, alguns dias depois.
E os médicos...