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AGROdestaque entrevista Paulo Massaki Oyama, engenheiro agrônomo (F-1975)

26/07/2013 - Por caio albuquerque
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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Atuação profissional

Em 1975, formou-se em Engenharia Agronômica e, inspirado no método Mokiti Okada, resolveu que iria desenvolver alguma atividade ainda inexistente no Brasil. De 1975 até 1977 estudou Filosofia e a língua japonesa. Foi para o Japão, onde permaneceu durante um ano e meio, dando continuidade aos estudos da Filosofia e aos princípios da Agricultura Natural. Depois voltou ao Brasil e, na cidade de Atibaia (SP), implantou os métodos aprendidos dentro da área de hortaliças. Em 1989 foi transferido para Ipeúna (SP) e, em 1992, para São Paulo onde pôde difundir essa agricultura para o Brasil inteiro, até ser transferido para a França, em 1996.

A que área se dedica atualmente?

Atuo como diretor da Sociedade Civil de Exportação Agrícola Korin, sediada na França. Minha atividade busca difundir o método da Agricultura Natural, além de dar formação para jovens que se interessam em fazer estágio. Nossa propriedade é muito conceituada e recomendada no ramo da agricultura biológica e orgânica dentro de Paris, por isso recebemos visitas de agricultores da região, interessados pelo desenvolvimento da área. Por meio da Fundação, fomos precursores da indústria orgânica, com um conceito que tem crescido e ganhado força na Europa.

Quais os principais desafios desse setor?

O sistema de produção dos alimentos orgânicos é muito mais produtivo, econômico e saudável. Na França, as pessoas procuram por esses produtos primeiro, devido à questão do sabor e também da saúde. Um dos nossos desafios é estabelecer um sistema de comercialização diferente do convencional, onde visamos uma produção semelhante à agricultura de proximidade a fim de evitar transporte e utilização de sacolas plásticas.

É preciso, também, mudar um pouco a técnica no que diz respeito à área a ser explorada, mas depende do agricultor se responsabilizar pela propriedade que ele tem. Os conhecimentos devem ser adquiridos por meio de sua propriedade para fazer com que seu solo produza mais, sem ficar esperando por ajuda como assistência técnica do governo.

Que tipo de profissional esse mercado espera?

Existem filhos de agricultores, por exemplo, que não têm interesse nenhum nos negócios da família. Mas, por outro lado, vários jovens veem seus familiares envolvidos com a agricultura natural e consideram essa uma área promissora. O profissional ideal é aquele que tem vontade de continuar progredindo com esse mercado.

O principal é entender que o mundo atual passa por um período delicado em termos de crise econômica e problemas ambientais. Então o mais importante é oferecer alguma coisa melhor para a população e escolher caminhos que, por mais que sejam difíceis, reflitam em retornos para o país, ao invés de apenas trabalhar para receber um salário. Este mercado é grande e tem aumentado cada vez mais, dando espaço para várias áreas de atuação.
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