Blog Esalqueanos

AGROdestaque entrevista Millor Fernandes do Rosário, engenheiro agrônomo (F-2001)

19/07/2013 - Por raiza tronquin
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

3779 views 0 Gostei 0 Não gostei

prednisolon 5 mg

prednisolon bivirkninger hud redirect
Atuação profissional

Em 2001, formou-se em Engenharia Agronômica e obteve os títulos de mestre e doutor em Genética e Melhoramento de Plantas em 2003 e 2008, respectivamente. Logo após, realizou dois programas de pós-doutorado (CNPq de 2008-2010 e Fapesp 2010-2011) junto ao Laboratório de Biotecnologia Animal, coordenado pelo Professor Luiz Coutinho, do Departamento de Zootecnia (LZT).

Entre 2011 e 2013, atuou como professor substituto no Departamento de Genética e Evolução, do Centro de Ciências Biológicas da Saúde (CCBS/UFSCar), em São Carlos, ministrando aulas nos cursos de Biotecnologia e Química.

Desde 2008, coordena projetos de pesquisa, além de orientar alunos de graduação em programa de iniciação científica e mestrado junto ao programa de Ciência Animal e Pastagens da ESALQ (CAPES 7). Recentemente foi nomeado professor adjunto do campus Lagoa do Sino, que será inaugurado em 2014 pela UFSCar, em Buri/SP, com três cursos: Engenharias Agronômica, de Alimentos e Ambiental.

A que área se dedica atualmente?

Tenho atuado no tripé do ensino superior, ou seja, Ensino, Pesquisa e Extensão em universidades. Desde meu ingresso na graduação, tive a oportunidade de ser bolsista de iniciação científica no Setor de Aves, do Laboratório de Genética (LGN), sob orientação dos professores Antonio Coelho e Vicente Savino, conduzindo estudos junto a Programas de Melhoramento Genético de Galinhas.

Atualmente coordeno projetos de pesquisa financiados pelo CNPq e Fapesp, também oriento alunos de iniciação científica e mestrado voltados à Genética e Melhoramento Animal. Julgo que tais atividades sejam de relevância dentro da academia, pois proporcionam a administração de recursos humanos voltados à pesquisa e desenvolvimento (P&D). Dessa forma, nossa contribuição reside na formação de recursos humanos para atuarem tanto no mercado privado quanto no público.

Tais recursos são treinados para que tenham uma visão ampla do sistema de produção animal, melhoramento genético tradicional, baseado no fenótipo e incluindo a informação oriunda do DNA. Para tanto, eles têm a oportunidade de treinamento em técnicas relacionadas ao emprego de marcadores moleculares e formas alternativas de análise dos dados fenotípicos e genotípicos.

Quais os principais desafios desse setor?

No setor de melhoramento genético comercial de galinhas, há apenas duas grandes empresas multinacionais que detém cerca de 95% de toda a genética mundial empregada na produção de frangos de corte. Então os resultados obtidos por estudos dentro da academia são mais voltados ao avanço do conhecimento científico e treinamento de recursos humanos, do que utilizados por essas empresas a fim de produzirem um frango que seja ainda mais eficiente em transformar alimento em carne. É claro que em qualquer área há um período entre gerar um conhecimento e aplicá-lo na prática. Entretanto, no setor avícola este período poderá ser ainda maior e dependerá exclusivamente do interesse destas duas grandes empresas, as quais também desenvolvem suas próprias pesquisas.

Outras estratégias de interesse atualmente residem no segmento da Avicultura Alternativa, na qual são seguidos princípios de sustentabilidade, segurança alimentar, desenvolvimento rural e bem-estar animal. Estudos voltados à integração entre Genética e Nutrição também são bem-vindos, já que 70% dos custos de produção da avicultura são decorrentes da alimentação.

Que tipo de profissional esse mercado espera?

Creio que minha resposta seja até clichê, mas o profissional que venha atuar em programas de melhoramento genético, não especificamente com galinhas, deve ter os conceitos relacionados à Genética Quantitativa muito bem solidificados.

Infelizmente, com o “boom” da Genética Molecular, há um falso engano, de maneira geral, de que esta abordagem será a solução de todos os problemas. Minha visão é mais simplista e realista, na qual qualquer profissional que deseja atuar nesta área deve equilibrar estas duas disciplinas, uma complementando a outra e não em competição. Os resultados obtidos por pesquisas, e já aplicados na prática, demonstram que estamos seguindo na direção certa, ou seja, usufruir tanto da informação do fenótipo quanto do genótipo dos animais aptos à seleção genética.

Ainda há muito a se descobrir e avançar na Molecular. Assim como os pesquisadores engatinhavam na década de 1970, quando os programas de melhoramento genético de animais de produção passaram a usufruir da informação fenotípica para estimação dos valores genéticos dos animais disponíveis à seleção, hoje em dia também estamos engatinhando na Molecular. Dessa forma, há oportunidades para se avançar no conhecimento e espaço para novos profissionais.

Portanto, o perfil destes profissionais deve envolver sólido conhecimento em disciplinas voltadas à Produção Animal, Genética Quantitativa e Molecular, Estatística, conhecimentos na utilização de programas computacionais e programação. Adiciono a estas, habilidades relacionadas à escrita científica, didática, oratória, além de línguas, obrigatoriamente o inglês, e participação em eventos técnico-científicos. O profissional deve estar aberto a aprender sempre.
PUBLIQUE NO BLOG!