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AGROdestaque entrevista José Renato Silva Gonçalves, engenheiro agrônomo (F-1997)

09/11/2012 - Por ana carolina miotto
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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Atuação profissional
Após formar-se, fez o mestrado em Nutrição Animal e Pastagem e o MBA em agronegócios na ESALQ. Realizou consultorias em projetos pecuários e, atualmente, é pesquisador da Estação Experimental Hildegard Georgina Von Pritzelwitz e administra o projeto agropecuário Fazenda Figueira, da Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (FEALQ) em Londrina (PR).

A que área ou setor dedica-se atualmente? Qual a importância das pesquisas na Fazenda Figueira para o mercado?
Atualmente, me dedico à área de administração de projeto de produção intensiva de bovinos de corte, produção de grãos, pesquisa e extensão. A Estação Experimental desenvolve pesquisas relacionadas à produção de bovinos de corte, em parceria com universidades, centros de pesquisa e empresas do agronegócio, com a finalidade de desenvolver tecnologias capazes de aumentar a produtividade com eficiência econômica. 
A Fazenda Figueira possui um sistema de produção comercial onde as tecnologias desenvolvidas na Estação Experimental são aplicadas a fim de manter um projeto de produção agropecuário sustentável economicamente, socialmente e ambientalmente. Junto com os demais técnicos, sou responsável por todo planejamento agropecuário do projeto, comercialização de insumos e animais, além de participar da elaboração, condução e divulgação das pesquisas realizadas. As informações geradas, tanto na pesquisa como no sistema de produção, colaboram na definição de estratégias de produção capazes de promover ganhos zootécnicos e econômicos, que, desde que atendidas as particularidades regionais, podem ser utilizados como modelos de produção no mercado.


Quais os principais desafios do setor pecuário?
Hoje a pecuária de corte tem como desafio continuar melhorando os índices de produtividade, como a pesquisa nos proporcionou nas últimas décadas, com a finalidade de atender a crescente demanda mundial por alimentos. Também fornece informações científicas capazes de desmistificar a pecuária como principal promotora do desmatamento e emissão de gases do efeito estufa. Isso já vem sendo discutido por meio de pesquisas que mostram que, em sistemas intensivos de pastagens, a fixação de carbono pela biomassa é maior do que as emissões. A intensificação dos sistemas de produção de bovinos de corte, por meio da recuperação de pastagens degradadas, reduz a demanda por áreas de pastagens, o que libera áreas para o crescimento das demais culturas do agronegócio. Isso é importante, pois, se não for corrigida a imagem da pecuária de corte nos meios de comunicação, por mais que os produtores se esforcem em produzir alimentos em quantidade e qualidade, a comercialização e a infiltração em mercados externos terão restrições capazes de limitar o desenvolvimento da cadeia pecuária. A população não tem como saber que a pecuária brasileira é formada por produtores que trabalham de forma séria, buscando tecnologias que tornem a atividade cada vez mais sustentável.

Que tipo de profissional esse mercado espera? 
O mercado busca profissionais com bom conhecimento técnico multidisciplinar. Em um sistema de produção de bovinos é preciso conhecer as interações entre o clima, o solo, a planta forrageira e os animais, além de boa capacidade administrativa e financeira para gerenciar o sistema de produção e compreender as relações dos seus produtos e insumos com o mercado. É preciso, também, ter boa capacidade de comunicação para interagir com os diferentes meios envolvidos no sistema de produção.

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