AGROdestaque entrevista Fernando Penteado Cardoso, engenheiro agrônomo (F-1936)

Engenheiro Agrônomo formado em 1936, foi sub inspetor agrícola SAAESP com estágio nos EUA (1937/41); administrador rural em Descalvado/SP (1937/1950); fundador e presidente da Manah S.A - Fertilizantes e Pecuária de Corte (1947/2000); empresário rural em Mogi Mirim/SP(1957/2010), e em mais 5 locais em SP, PR, e PA. Diretor da Federação das Assoc.Rurais-FARESP; Presidente do Sindicato de Adubos do Estado; Presidente do Instituto de Pesquisas Tecnológicas-IPT do Estado de São Paulo; Secretário da Agricultura de São Paulo (1964); membro do Conselho Diretor do Intl.Fertilizar Development Ctr.(EUA); fundador e presidente da Fundação Agrisus -Agricultura Sustentável. Recebeu o Prêmio Epitácio Pessoa (ESALQ); foi condecorado Agrônomo do Ano 1989 (AEASP) e homenageado com a Medalha Luiz de Queiroz e Prêmio O Semeador (ambos pela ESALQ).

Até a década de 1970, a agropecuária baseou-se no recurso natural das terras férteis para produção de cana, cacau, café e cereais de baixo custo, além das pastagens para gado de corte. Nos anos 70, iniciou-se o aproveitamento das terras fracas de cerrado na esteira do plantio de trigo nos solos pobres de coxilha. A construção da fertilidade, com adição dos nutrientes, ensejou o plantio de cereais, notadamente soja, bem como a expansão das pastagens, uns e outros com o solo conservado assegurando sustentabilidade. Nossos recursos naturais de luz, calor e chuva, incidentes sobre grandes áreas, ao lado de recursos humanos capacitados, oferecem condições para ampliação da produção, estimulada pelos avanços da ciência e da indústria de apoio e pela solução das dificuldades logísticas. O Brasil será fator decisivo para a segurança alimentar da crescente população mundial.

Espera agrônomos familiarizados com as atividades rurais para atenderem o suprimento de máquinas e insumos, bem como para executarem ou supervisionarem serviços de campo, pois a agropecuária tende a se tornar uma atividade de especialistas contratantes de tarefas cada vez mais sofisticadas. Além disso, destaco a importância dos agrônomos cientistas pesquisadores, que aperfeiçoam as tecnologias em prática, bem desenvolvem novas tecnologias e novos produtos nos campos da mecânica, dos insumos, das plantas e dos animais. Finalizo reforçando, ainda, a relevância dos agrônomos de cultura científica, responsáveis pelas atividades de ensino, a fim de assegurar a formação dos profissionais para todas as modalidades de atividade relacionadas à agropecuária, bem como para a renovação desses profissionais. 

Entrevista consedida à Alicia Nascimento Aguiar 

MTb 32531