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AGROdestaque entrevista Bruno Luis Toniello, engenheiro agrônomo (F-1992)

18/07/2014 - Por raiza tronquin
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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Atuação profissional

Formado em Engenharia Agronômica, Toniello concluiu sua graduação em 1992. Durante o curso, voltou-se para as áreas de solos e, principalmente, economia pelo fato de naquela época o estado econômico do Brasil estar muito oscilante. Durante os estágios que fez no departamento de Economia Departamento de Economia, Administração e Sociologia (LES), teve orientação de professores como José Vicente Caixeta, atual diretor da ESALQ, e Fernando Peres. Nesta época, não havia outros cursos na ESALQ, além de Engenharia Agronômica e Florestal.

Inicialmente, começou sua carreira profissional na Agrosystem Indústria e Comércio, que buscava engenheiros agrônomos com conhecimento em eletrônica, para atuar no suporte técnico de produtos israelenses voltados para automação de projetos de irrigação localizada. Algum tempo depois, trabalhou em outra empresa de instrumentação eletrônica, a Fascitec Indústria e Comércio, que também buscava agrônomos para auxiliarem no desenvolvimento de novos produtos para controle de processos, direcionados ao agronegócio.

De 1997 a 2002, trabalhou na Irrigaplan - Sistemas de Irrigação, empresa nacional importadora de produtos para irrigação localizada, atualmente nomeada NaanDanJain. Em 2003, entrou na Netafim Brasil, subsidiária daNetafim Drip Irrigation System.

Fale um pouco sobre o setor que se dedica atualmente

Continuo na área de engenharia de automação para projetos de irrigação localizada, na Netafim. Meu cargo na empresa, desde 2006, é gerente deCrop Management Technologies (CMT). A Netafim possui uma equipe mundial neste departamento, com representantes de países da Oceania, Ásia, Europa, África e Américas, cujas principais atribuições são subsidiar o uso de produtos de automação e monitoramento de projetos de irrigação localizada; melhorias e avanços destes produtos; além de desenvolvimentos de novos produtos, já que a evolução nesta área é praticamente diária.

Em 22 anos de formação que possuo, saímos de processadores 286, dosdesktops que tínhamos no centro de informática da ESALQ, para iPads, que podem ser usados para o mesmo fim. O objetivo final destes sistemas é o bom uso ambiental e econômico de projetos de irrigação localizada, através da leitura de sensores de clima, solo e planta, bem como programação de uso racional de água e insumos, entre eles fertilizantes, energia e mão-de-obra.

Quais os principais desafios desse setor?

Estar sempre atualizado é fundamental, não só neste setor, aliás. Como já citei, a informática evolui a cada dia. O mesmo ocorre com os sistemas de automação e monitoramento. No entanto, a variação do nível técnico de clientes e usuários é grande neste mercado de irrigação. Isso exige conhecer e suportar os sistemas mais simples, tanto no quesito interface usuário-sistema, quanto no quesito investimento.

O Brasil ainda necessita elevar o nível técnico de boa parte do nosso agronegócio irrigado, se comparado com outros países, embora haja clientes e empresas muito avançadas. Há setores onde a evolução foi grande, como a mecanização por exemplo, e outros que ainda devem patinar um pouco para chegar lá. Creio que esse seja um dos maiores desafios do setor que atuo.

Que tipo de profissional esse mercado espera?

Antes de tudo, a língua inglesa é fundamental já que as empresas deste setor, via de regra, são multinacionais com subsidiárias em vários países. Além disso, é necessário um conhecimento básico de eletroeletrônica, informática, uma vez que quase todos os processos de controle podem ser feitos remotamente via web. Principalmente, conhecimentos de solos, hidráulica e nutrição de plantas, pois a fertirrigação é uma vantagem que a irrigação localizada oferece.
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