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AGROdestaque entrevista a engenheira agrônoma Deborah Helena Markowicz Bastos (F-1982)

07/11/2014 - Por alessandra postali
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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Atuação Profissional
Após me formar em Agronomia na ESALQ, em 1982, obtive o título de Mestre em Ciências dos Alimentos na Universidade de São Paulo (USP) e o título de Doutor em Engenharia de Alimentos pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), tendo optado por seguir a carreira acadêmica.

Após o mestrado, trabalhei durante 10 anos na Universidade São Francisco, em Bragança Paulista (SP), e há 13 anos ingressei no Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP (São Paulo). Atualmente, estou vinculada também ao Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição (LAN) da ESALQ.

Ao longo deste tempo, tenho exercido a atividade de docência na graduação e pós-graduação, atividades de pesquisa que envolvem coordenação de projetos financiados por agências de fomento (e outras) e orientação de alunos (iniciação científica, mestrado, doutorado e pós-doutorado), além de colaborar com a gestão da universidade, por meio de participação em colegiados e comissões.

Atualmente, sou credenciada como orientadora no Programa de Pós-Graduação em Nutrição em Saúde Pública e no Programa de Pós-Graduação em Saúde Global e Sustentabilidade, ambos da FSP-USP. Sou editora associada da resista Nutrire, da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição, revisora e parceira de inúmeras revistas científicas nacionais e internacionais, e assessora ad hoc da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), entre outras agências de fomento.

Minha área de pesquisa, até alguns anos atrás, abordava o estudo de alimentos funcionais e compostos bioativos de alimentos, e meu enfoque era a erva-mate (Ilex paraguariensis). Em 2010, fui convidada a colaborar com o Ministério do Meio Ambiente em um projeto internacional, "Conservação e uso sustentável da biodiversidade para alimentação, nutrição e geme star humanos" (mais informações pelo link http://b4fn.org), que é financiado pelo Global Environmental Facility (GEF). O projeto ocorre em quatro países (Brasil, Quênia, Sri Lanka e Turquia), é executado pela Bioversity International e implementado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiento (PNUMA/UNEP). Fui coordenadora nacional deste projeto entre 2011 e 2014 e, atualmente, sou consultora sênior junto à coordenação. Assim, minha área de atuação, desde 2011, passou a ser sobre diversas facetas da integração da conservação da biodiversidade por meio de sua utilização para alimentação e nutrição, tema que está na agenda de diversos países e organismos como a CDB e a FAO.

A que área ou setor se dedica atualmente? Descreva as atribuições pertinentes ao cargo que ocupa. Qual a importância delas para o mercado?

Atuo na área de Nutrição e Sustentabilidade, trabalhando com pesquisa, ensino e extensão. Para tanto, considero importante formar recursos humanos para trabalhar na área de Nutrição em Saúde Pública com princípios éticos e competência para transformar a sociedade e contribuir para a melhoria da saúde pública no País. Desenvolver pesquisas inovadoras que possam, ao mesmo tempo, propiciar a formação de recursos humanos para P&D e oferecer novas alternativas para a sociedade. Promover e divulgar o debate e questionamento sobre as questões contemporâneas.

Quais os principais desafios desse setor?

São inúmeros os desafios atuais ligados às questões de saúde e aos sistemas de produção de alimentos. O cenário demanda soluções inovadoras para antigos e novos problemas decorrentes do esgotamento do meio ambiente e recursos, da necessidade de produção de alimentos para nove bilhões de pessoas em 2050, de modo a reverter o quadro de desnutrição que ainda atinge cerca de 900 milhões de pessoas no mundo e a reverter o quadro de doenças crônicas ligadas, até certo ponto, à alimentação pouco diversificada quando se leva em conta o número de espécies que respondem pela maior parte da energia consumida pela humanidade atualmente.

Talvez o maior desafio seja o diálogo entre as áreas da saúde, agronomia, economia e ambiental, que devem procurar juntos às soluções inovadoras para melhorar a qualidade de vida das gerações atuais e futuras.

Que tipo de profissional esse mercado espera?

Capaz de promover transformações, em um mundo em constante mudança e, principalmente, ético. Profissionais que possam pensar de forma mais abrangente, que possam ousar e propor novos modelos. Como disse Einstein: "não se trata de formar um homem de sucesso, mas melhor, um homem de valor."



Entrevista concedida à Alessandra Postali
Estagiária de Jornalismo
07/11/2014
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