Blog Esalqueanos
Agro no Brasil: um setor próspero e abundante (Alfinet)
09/08/2015 - Por rodolfo tramontina de oliveira e castroAtenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

Publicado em O Financista (by Empiricus), onde passarei a assinar uma
coluna sobre o nosso agro.
A lógica é simples. Do lado da
demanda, são 7,3 bilhões de pessoas no planeta e estimativa de um salto para
9,5 bilhões em 2050. Desses, 55% vivem em centros urbanos e, para 2050, a
projeção é que a proporção atinja 67%. Ainda, grande parte do crescimento se
dará em países emergentes famintos por proteína.
Em suma: mais bocas, mais
urbanas, mais consumistas, mais boizinhos e vaquinhas, "flanguinhos" e
porquinhos, e muito mais grãos para alimentar a bicharada toda. E do lado da
oferta, um mísero e solitário planeta.
Felizmente, segundo a OCDE-FAO,
dentro desse planeta existe um país com potencial para suprir 40% desse
crescimento da demanda por alimento: o Brasil! Saudemos a mandioca!
"Investment is most intelligent
when it is most businesslike [o investimento é mais inteligente, quando é mais
eficiente]", escreveu Benjamin Graham, em "The Intelligent Investor". E foi com
esse preâmbulo que Warren Buffet contou a respeito de um investimento que fez
em uma propriedade agrícola no Nebraska, em sua carta para investidores da
Berkshire de fevereiro de 2014. Pois bem, não é preciso ser um Graham ou Buffet
para entender as potencialidades de se investir em agronegócio no Brasil.
Um leitor mais ressabiado pode se
questionar: "será que ainda existem oportunidades? O boom das commodities já
foi, a valorização de terras agrícolas está arrefecendo e os custos de produção
estourando com o dólar, a China não irá mais crescer tanto quanto imaginamos, a
economia brasileira está andando pra trás... e ainda assim existem
oportunidades de investimento em agronegócio no Brasil?"
Sim, o MA-TO-PI-BA! "Quê?!
SupercalifragilisticexpialidociousMAPITOBA?". MaToPiBa é o acrônimo para
Maranhão-Tocantins-Piauí-e-Bahia, principalmente, o oeste baiano. Nessas
regiões de expansão de fronteiras agrícolas, a valorização de terras foi de
79%, 56%, 80% e 37%, respectivamente, nos últimos 3 anos, segundo a Informa
Economics FNP.
Outras regiões, de menor valor
nominal, tiveram saltos ainda maiores. Estados como Amazonas, Mato Grosso do
Sul e Rio Grande do Norte saltaram 190%, 104% e 98%, no período. Nada mau,
considerando as alternativas de investimento que vemos por aí.
"OK, mas não quero comprar terra.
Onde mais eu posso investir?"
O agronegócio brasileiro
movimenta 330 bilhões de dólares ou 1 trilhão de reais, ou um quarto do PIB
brasileiro. Responde por 37% dos postos de trabalho e 36% das exportações. Em
relação às exportações, o Brasil é líder mundial em laranja, café, soja,
açúcar, gado, frango e o segundo em milho. Também é líder mundial na produção
de laranja, café e açúcar, fica em segundo lugar em soja e gado, e com a
medalha de bronze em frango e milho.
Você está me dizendo que, depois de tudo isso, não pensou em nada? Ótimo! Nossas conversas no O Financista servirão justamente para apresentar esse mundo de prosperidade e abundância que é o agronegócio brasileiro, e prosearmos sobre as novidades, tendências e oportunidades no setor.
Rodolfo Castro (Alfinet - F09) é Eng. Agrônomo, Coordenador Comercial da AgroTools e ex morador da República Kangaço