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A Semente da Vida está em Nosso Solo (Roque Dechen)

26/06/2015 - Por antonio roque dechen
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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A FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura) denominou o ano de 2015 como Ano Internacional do Solo.  Diante disso, as Instituições de Ensino e de Pesquisa do Brasil voltaram sua atenção para este imenso patrimônio que é o nosso solo.
O Instituto Agronômico adotou o tema: “A semente da vida está em nosso solo”, uma feliz escolha para a Instituição Agronômica pioneira em pesquisas sobre solos no Brasil.  O IAC foi criado pelo Imperador D. Pedro II em 1887 em virtude de que, naquela época, a região do Estado de São Paulo enfrentava sérios problemas com a exaustão da fertilidade dos solos, posto que o Brasil não tinha acesso a fertilizantes (A primeira referência à importação de fertilizantes é de 1895, realizada por Pereira Barreto).
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Entre os anos de 1876 e 1883 foram plantados 105 milhões de pés de café na região de Campinas, fazendo com que a região produzisse, em 1886, o equivalente a 15% de todo o café produzido no Estado.  O cultivo continuo de café sem o manejo adequado estava exaurindo a fertilidade dos solos.
O primeiro diretor do Instituto Agronômico foi o alemão Franz Wilhelm Dafert, discípulo de Justus von Liebig (Lei do Mínimo), qual teve a difícil missão de mudar paradigmas e implementar ações com embasamento técnico cientifico junto aos produtores para assegurar que os solos fossem manejados de forma correta e possibilitassem cultivos sucessivos na mesma área, ou seja, foi o responsável pela ação pioneira de sustentabilidade em solos brasileiros, merecendo destaque também a  visão empreendedora e contribuição de D. Pedro II com a implantação de Institutos de Pesquisas Agronômicas em diversas regiões do Brasil e da criação da primeira Escola de Agronomia do Brasil, na Bahia, em 1877.
O Instituto Agronômico e a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (fundada em 1901), são pioneiros em estudos dos solos em todas as suas vertentes, e em conjunto com a EMBAPA, e as Instituições estaduais de ensino e pesquisas, prestam valiosa colaboração à sociedade brasileira e mundial, já que os solos são a base da nossa produção agrícola.  O Brasil tem hoje uma produção agrícola expressiva: neste ano, está ultrapassando a barreira de produção de 200 milhões de toneladas de grãos, fazendo parte de um restrito grupo de países que produzem 1 tonelada de grãos por ano por habitante.
Oportuna a escolha do tema: A semente da vida está em nosso solo, por uma instituição que já lançou 1020 cultivares de plantas das mais variadas espécies e realiza levantamentos detalhados de solos, tem laboratórios de análises químicas e física de solos, de análises de resíduos, todos  com ISO 17025, sendo certamente uma das instituições brasileiras que mais contribui para a paz, produzindo alimentos e combatendo a fome.  E como já disse John Boyd Orr, primeiro Diretor Geral da FAO, “Não se constrói a paz em estômagos vazios”.
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Privilegiado o Estado que tem uma Instituição do porte do Instituto Agronômico, que implantado em Chão Fecundo (Titulo do livro comemorativo do Centenário da Instituição), continua lançando sementes a mãos cheias nos solos brasileiros, e como Instituição Pública tem contribuído de forma significativa para o desenvolvimento do País e qualidade de vida de todos nós.
Parabéns aos Pesquisadores e Funcionários, parabéns Instituto Agronômico por seus 128 anos em pesquisas que vão além dos horizontes do solo.

Antonio Roque Dechen (Roque - F73), Professor Titular do Departamento de Ciência do Solo da ESALQ/USP, Presidente da Fundação Agrisus, Presidente do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS) e Membro do Conselho do Agronegócio (COSAG-FIESP) Pesquisador Científico do Instituto Agronômico de 1975 a 1981
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