Blog Esalqueanos
A perdida arte de dar nome aos bixos (Alma; F97)
15/01/2018 - Por fernando de mesquita sampaioAtenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.
Ah, os nomes esalqueanos. Quantos Lucianos você conhece? Muitos. Mas Xupadô só conheço um. Com o aproximar de uma nova matrícula, achei por bem fazer esse post direcionado aos felizes recém doutores (jamais serão) que recepcionarão os novos calouros a adentrarem a Gloriosa, e que receberão seus nomes permanentes a partir de então...
Mas ultimamente os novos nomes esalqueanos decepcionam-me
pela falta de criatividade dos responsáveis por esse batizado tão importante
para a integração dos bixos nessa comunidade.
Mas o que é um nome? Parafraseando Shakespeare, um bixo
chamado por outro nome, não seria igualmente burro?
Hoje em dia, aparentemente a única forma de dar nome a um
bixo é tentar derivar alguma coisa do sobrenome da criatura. Na maior parte das
vezes não é engraçado e nem marcante.
Haviam outras formas de se nomear bixos. Me lembro de nomes que geravam verdadeiras dinastias. Bambu batizou Taquara que batizou
Taboa que batizou Táruim que batizou Tápior. Ou Tropeço, Morticia, Funerio,
Gomes. Ou Bonzo, Frolic e Papita. CGC, CIC e RG.
Havia os nomes de irmãos como Speto e Grelha, Girino e
Alevino, Lanjal e Tanjal, Sujeira e Lixeira, Foquinha e Ximu.
Havia os nomes dados pela forma como o bixo passava no
vestibular, como a Di-raspão, o Raspa, a
Di-Sorte e o Istudei.
Havia os nomes de namorados, como Ratão e Rakumin, bastante
apropriado...
Havia nomes que eram piadas internas...Alma era uma
homenagem dos esalqueanos araraquarenses da Jacarépaguá ao grupo de pagode Alma
Brasileira, num tempo em que Araraquara era a capital do pagode do interior
paulista. Péssimo, admito.
E havia os nomes dados por causa da novela ou seriado ou
político da vez...
Nem sempre todos eram bons. Mas os nomes mais engraçados
para mim eram os dados pelas características físicas do bixo:
Pulover pro peludo, Xulé pro mulambo, Tregeito e Kacueti
para os de tique nervoso, Mentira pro cara de pernas curtas, Xoquito pro
espinhento, Game Over e Blecaute para os negões, Bigato e Coró pros branquelos,
Duroc pro branquelo gordo, Thor para o de voz fina, Milagre pro mirradinho,
Biito, Micurra e Mibeija pros bonitinhos, Kunhado praquele com a irmã bonita, Girino,
Tozóide e Capacete pros cabeçudos, Pelicano pro narigudo, Everest e X-Tudo pros
gigantes, Slot para o gigante com cara de retardado, Verme pro baixinho, Mirrala
pro bixo biscate, Tchongo para o tchongo (e nunca ninguém foi tão tchongo como
o tchongo) , Ninja, Kamikaze, Suxi e Samurai pro japonês, Kidsposição para a
morta-viva, Appaloosa para a cheia de pintas, Fanta pra ruiva, Arrastão pra
carioca altona, Totosa para a totosa (com todo respeito Dr. Valet, que aliás
batizou e depois casou)... Bolo-fofo, Xicretinho e Gominha pros fofinhos, Poita
pro gordinho, Colírio para a bonita, Tostines pra fresquinha, Sfincter e
Prostata para os com cara de...deixa pra lá.
E havia o Ona, que em seu primeiro ano era chamado de
bixOna... (desculpa Dr., não resisti).
Podiam haver inversões irônicas, como um branquelo feito
nosso Sergio De Zen ser chamado de Crioulo, ou um negão chamado Giz. Tivemos na
Lesma Lerda um bixo de 2 m e 110kg apelidado de Pititico, que na volta da Esalq
tomava uma mamadeira de 2l de Fanta uva enquanto caminhava para a república.
Infelizmente essa jóia rara abandonou o curso.
Talvez a nova geração possa ter medo de ser traumatizada com
esse bullying todo. Ou que o segundo ano tenha medo de levar processos dos
bixos por assédio moral ou coisa que o valha.
Nesse caso eles poderiam consultar doutores como Lazarento,
Sóxupa, Kumixama, Xupadô e outros para que falem sobre esses traumas.
Dar nomes nem sempre é missão fácil, quando você ainda não
conhece os trejeitos de personalidade daquele cidadão.
As vezes um nome que não tem nada a ver com nada, como
Rolengo, é perfeito para aquele bixo. Ninguém é mais Rolengo que o Rolengo.
As vezes o nome original é esquecido em lugar de um novo
nome mais adequado. O Sedex foi apelidado de Sedex porque o Dr. Kurreio
namorava sua irmã. Passou a ser conhecido como Sapão e ele era muito mais Sapão
do que Sedex.
Nomes no meu ponto de vista deveriam ser conquistados, à moda
dos índios. Mas já que é pra batizar, sejamos criativos...
Fernando Sampaio (Alma; F97) Ex Morador da República Lesma Lerda