Blog Esalqueanos
A margem norte do Rio Grande (Dir²uba e Faxa Rosa)
22/05/2015 - Por henrique zaparoli marquesAtenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

O terceiro dia foi acompanhado por
mudanças no relevo, nas culturas predominantes e nas noções de distância.
Partimos de Brodowski com o cantar dos galos, um pouco antes do sol nascer.
Seriam pouco mais de 210 km até o próximo destino: um quarto de tanque parecia
suficiente.
A estrada era boa, a paisagem animava e as
discussões sobre commodities e café entretiam nossa manhã. Quando o
carro entrou na reserva, vimos um posto mas pensamos que não era hora de parar
para o primeiro reabastecimento. O tempo
passou, passamos Bebedouro e os postos escassearam.
A luz
vermelha piscava e o painel indicava que tínhamos pouco mais de 17 km de
autonomia, quase o suficiente para chegar em Jaborandi (a 18 km). Reduzimos a
velocidade, desligamos o ar começamos a nos imaginar empurrando o carro. A
descida na entrada da cidade ajudou e chegamos ao posto num último suspiro de
Diesel. Esse começo de manhã nos fez lembrar que se em São Paulo a distância
entre postos aumentara, no restante do pais isso só pioraria, compramos um
galão de 20 litros e decidimos não deixar o tanque baixar de novo. Eram
quase 9h00 e atravessamos o Rio Grande. Estávamos em território mineiro!
Finalmente teríamos pães de queijo de renome. Rumamos à direita em direção à
Planura.
No caminho nos chamou a atenção, uma curva da estrada digna de um click: uma composição bastante representativa. Em um canto a velha conhecida do povo paulista, a cana de açúcar; no outro canto, logo em frente a uma área de pastagem degradada, um verde (já amarelado) mar de soja, e para finalizar os quadrantes de uma plantação de seringueira associada com milho verão.
Mais à frente vimos uma soja
vistosa, grande, carregada e bem cuidada. A curiosidade em saber quem era o
responsável por ela foi logo sanada. Mente aberta, criativo e pioneiro em sua
região. Tratava-se da fazenda de um colega esalqueano. Ele trabalha agricultura
de precisão e nos ensinou muita coisa sobre as estratégias de intensificação,
comercialização, plantio, controle fitossanitário etc.
A agricultura de precisão é apontada por
muitos como indispensável para o futuro da agricultura. Ela permite
ver a propriedades como um conjunto de unidades menores e diferentes e aplicar
insumos de modo variado, atendendo às necessidades especificas de diferentes
talhões. Essa tecnologia implica em duas
estratégias principais: a primeira consiste em aumentar o aporte nas áreas ‘ruins’
e manter as ‘boas’, de modo a elevar o rendimento de toda a área; a outra
estratégia consiste em maximizar as áreas ‘boas’ e utilizar as áreas de baixo
potencial para outras culturas menos exigentes, elevando o rendimento médio da
área.
Depois de um
dia inteiro de prosa, informação (e de um pudim de cair o queixo), partimos
para Uberaba!! Parada estratégica num bar com wifi e seguimos para a república
de amigos de outros amigos nossos.
Henrique Zaparoli Marques (Dir²uba F-14), Engenheiro Agrônomo, Pesquisador na Clinica do Leite do Departamento de Zootecnia da ESALQ/USP, Ex-morador da República Barracão
Jonas Hipolito de Assis Filho (Faxa Rosa F-12), Engenheiro Agrônomo, Investidor em empresas do agronegócio, Ex-morador da República Barracão