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Porque as empresas quebram pt. 2

07/05/2020 - Por
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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Como tratado anteriormente, são diversos os fatores que podem fazer com que empresas de pequeno e até médio porte, normalmente recém fundadas, quebrem. Sendo assim, é muito difícil conseguir traçar uma receita de bolo de como manter uma empresa saudável por bastante tempo. Contudo, podemos buscar levantar quais são esses fatores que influenciam negativamente na existência da empresa, visando aprender com os erros dos outros, (maneira que, ao meu ver, é a mais saudável de aprendizado), evitando com que você, caro leitor empreendedor, acabe cometendo os mesmos erros que vêm fechando as portas de inúmeras empresas.



Na primeira parte desse conteúdo sobre mortalidade de empresas, foram tratados aspectos sobre as empresas que acabam fechando suas portas por motivos de gestão que precedem até mesmo sua criação, apelidadas por mim de “empresas natimortas”. Além disso, foram levantados alguns pontos de caráter financeiro que acabam causando essa alta taxa de mortalidade em novos empreendimentos. Vale ressaltar que para uma análise mais detalhada de cada motivo aqui levantado, pode-se buscar conteúdos semelhantes em nosso portal.



Sendo assim, nessa segunda parte serão levantados pontos relacionados às áreas de Marketing e Recursos Humanos das empresas que acabam sendo fechadas precocemente.



Marketing



marketing é, na minha opinião, a alma do negócio. Sem ele, nenhum grande negócio seria realmente grande hoje em dia. Ele é responsável por incendiar a necessidade de consumo dentro dos clientes, fazendo com que estes se sintam completamente necessitados de consumir o produto ou serviço oferecido.



marketing é ao mesmo tempo algo simples – como o design de uma logo –, e extremamente complexo – como na utilização de softwares que analisam a posição na tela em que os olhos do cliente ficaram fixados por mais tempo, por exemplo. Sendo assim, é muito importante dar valor a esse pilar do empreendimento, e não subestimar o poder que o marketing tem sobre as vendas ou na prospecção de novos clientes.



Com isso, acredito que o primeiro ponto a ser abordado em relação ao marketing é a definição de seu público alvo. É uma lógica bastante simples: para quem a empresa pretende vender? Qual é a persona do seu público alvo, ou seja, qual o perfil da pessoa que entra em seu empreendimento e executa uma compra?



Isso pode parecer bastante simples, contudo, é muito normal observar campanhas de marketing voltadas para um público que não faz exatamente o perfil de comprador daquele empreendimento. Portanto, antes de até mesmo tirar uma ideia de um novo negócio do papel, é muito importante saber para quem essa empresa irá funcionar.



Com o público alvo definido, as estratégias de marketing deverão acontecer todas – ou ao menos 99% delas – voltadas para esse público. Dentro dessa definição já deve ser levantado, por exemplo, quais os principais canais utilizados por esse público. Não faria sentido, por exemplo, a divulgação de fraldas geriátricas em um canal como o Instagram. Em uma pesquisa completamente superficial, com dois cliques no Google você já sabe que a porcentagem de pessoas que estão acima dos seus 60 anos e fazem o uso do Instagram é de x%. Essa propaganda poderia ser divulgada pela televisão e assim, obter um resultado muito melhor.



Outro ponto sobre marketing, é tangente ao produto oferecido. É de extrema importância conseguir observar uma problemática, a qual será sanada pelo produto (ou serviço) oferecido. Para isso, é importante conhecer a concorrência. Hoje em dia pode parecer bastante difícil encontrar um nicho de mercado que não tenha sido abrangido por um negócio já existente. Sendo assim, é aconselhável buscar apresentar algum tipo de diferencial em relação aos concorrentes.



A observação do mercado é um dos pontos mais importantes para a saúde da empresa. As vezes são necessárias alterações drásticas no negócio para conseguir continuar atuando no mesmo mercado. Além disso, há casos onde o mercado muda drasticamente, normalmente resultado de inovações tecnológicas, de forma que a empresa precisa se atualizar para não fechar as portas.



Esse conceito é conhecido no meio organizacional como “entropia negativa”, que pode ser definido como a necessidade que algumas empresas possuem de se ajustar ao mercado, o qual sofreu uma drástica mudança, fazendo com que o produto que era oferecido pela mesma se torne obsoleto. Assim como o conceito, seu exemplo prático também é bastante conhecido.



case da Cannon é o mais lembrado quando se trata de entropia negativa. Com a criação das câmeras digitais, a empresa não se adaptou à nova realidade de como funcionariam as fotos na atualidade. A organização acabou apostando na continuidade das câmeras como eram conhecidas antigamente, e com isso, foi engolida pelo novo mercado.



Dessa forma, vemos que é muito importante conhecer, primeiramente, características como: quem é o público alvo do negócio? Quem são os concorrentes, o que eles oferecem e como eles se comportam? Como é o produto (ou serviço) que eu ofereço, como é o mercado e quais são as possíveis inovações dentro dele?



Recursos Humanos



Os motivos relacionados aos Recursos Humanos são um pouco mais restritos. Contudo, merecem receber a mesma importância que os anteriormente citados aqui, pois empresas são nada mais que um grupo de pessoas executando atividades voltadas para um objetivo em comum. Sendo assim, é importante dar bastante atenção a esse grupo de pessoas.



A primeira pessoa a ser analisada é o próprio gestor do negócio. É bastante importante ter em mente que o dono do negócio é um funcionário como outro qualquer. Ele deve ter um salário como um funcionário comum da empresa e não deve misturar a conta da empresa com seu dinheiro pessoal. O dinheiro do empreendimento deve ser voltado totalmente para as obrigações relacionadas ao mesmo. O salário do dono também entra nessa conta. Esse “salário” é conhecido no meio empresarial como pró-labore, e deve ser levado em conta no processo de controle contábil.



Em casos de empresas familiares, essa questão financeira pode se tornar um problema. O fato de o negócio estar em família às vezes acaba criando situações que não ocorreriam em outro tipo de negócio. Nessas horas é importante saber separar, assim como dito anteriormente sobre o pró-labore, o negócio em si das questões sentimentais que envolvem essas empresas. Nessas horas, cabe muito bem a boa e velha história do: “amigos, amigos (ou família, no caso), negócios à parte”.



Por último, podemos tratar das questões para com funcionários comuns de uma empresa. O funcionário deve funcionar como um fator de alavancagem para o negócio, e não como uma despesa a mais. É muito importante saber o momento em que a contratação de mais um membro para o negócio irá converter em mais receitas. Por outro lado, também se deve saber o momento em que esse funcionário se torna apenas um gasto para o negócio, não auxiliando de maneira efetiva para a geração de receita. Devemos levar em consideração, porém, que é de suma importância conhecer todos os âmbitos legais que cercam essa relação empregatícia, buscando não fazer ações que vão contra alguma lei trabalhista, por exemplo.



Com isso, pudemos dar uma pincelada nas inúmeras dificuldades que um empreendedor possa vir a passar durante o processo de abertura de um novo negócio. Contudo, essas dificuldades não devem se tornar um desmotivador para um possível espírito empreendedor, uma vez que podemos observar que a maior parte delas estão relacionadas à falta de conhecimento ou informações sobre o próprio negócio.



Sendo assim, o ADECA Agronegócios existe para auxiliar todo e qualquer empreendedor, que possua uma vontade de empreender, mas não acredite ter o conhecimento necessário para tirar suas ideias do papel. O ADECA possui um vasto Know How sobre diversos setores de empresas, e está sempre à disposição para auxiliar a criação e desenvolvimento de novos negócios, fomentando o empreendedorismo brasileiro.



 



Autor: Caio Rosateli, ADECA Agronegócios.