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É Preciso Aproximar a Sociedade do Agronegócio (Boca Larga F79)

25/12/2015 - Por mauricio l m silva lemos mendes da silva
Atenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

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Maurício Mendes, ex-presidente da ABMR&A, considerado pela revista Dinheiro Rural um dos homens mais influentes do Agronegócio Brasileiro em 2015, apresentou no último dia do V SIM, a palestra “Marketing e Sustentabilidade no Agronegócio:o mercado paga por isso?”.”Dentro dessa área complexa de negócios, temos profissionais distintos trabalhando com marketing, mesmo partindo de formações acadêmicas distintas – temos veterinários, agrônomos – essas pessoas precisaram se adaptar a esse novo conhecimento”, lembra.

 Para Mendes, o marketing no agronegócio precisa funcionar de forma direta entre o produtor rural e o consumidor final. “É necessário que esse produtor entende o que a sociedade consumidora quer. Essa é uma luta do setor. Estamos tentando aproximar esses dois elos”,

“Nós estamos discutindo na ABMR&A as varias formas de atuar com criatividade, tentando trazer uma realidade que seja compartilhada pelo produtor rural, pela sociedade e consumidores finais”.

“Temos muita pressão da mídia, de modo geral, que por desinformação, menciona o agronegócio como o grande vilão da exploração de recursos naturais, responsável por problemas ambientais. E isso não é verdade, essa realidade não corresponde a maioria que está presente no setor”. Segundo o agrônomo, em outras países, como nos Estados Unidos, as coisas são diferentes. “Lá o produtor rural é muito melhor percebido como parte da economia do país”.

De acordo com Mendes, há ao menos seis anos, esse quadro de “comunicação mídia-produtor-sociedade” mudou. “Em 2010, trabalhamos uma campanha. ‘Sou Agro’ reuniu uma série de entidades e organizações. Nesse sentido, esse projeto tentou buscar o vínculo que o cidadão urbano possui com o agronegócio, pois todos possuem essa conexão”. Foram criados dois filmes, com atores globais de vários perfis. “Os comerciais pontuavam bens de consumo e alimentos, entre outras coisas que são oriundas da agricultura e que faziam parte do cotidiano do cidadão”, explica.

“O Brasil é um grande player na produção de alimentos, com oportunidade de ser o maior em produção sustentável, com melhor qualidade”. Nesse sentido, todos os setores precisam passar a se aproveitar de suas qualidades. “Há exemplos de empresas que fazem a divulgação dos pontos positivos de seus stockholders, que por sua vez, não enxergam essas qualidades em sua cotidiano. Mas a sustentabilidade está sendo aplicada em várias áreas, e por isso, não podemos perder essas chances”.

Em uma visão geral, Mendes explica que os protocolos que envolvem a redução do desmatamento na pecuária são mais um exemplo de que o agronegócio está conseguindo mudar a visão da sociedade sobre o setor. “Isso fez com que as empresas de varejo, que revendem carne, passassem a selecionar melhor os produtores de quem compravam o produto. Ocorreu uma adequação”.

Outro ganho na atual tendencia de gestão nas fazendas, a Integração Lavoura, Pecuária, Floresta (ILPF) também acompanha essa nova forma de vender e enxergar o agronegócio. “O novo código florestal é um marco para o futuro do setor no país. A partir dessa empreitada, as propriedades terão um CPF, o que permitirá que as empresas e órgãos públicos possam avaliar quais são as produções agrícolas sustentáveis”.

“Gostaria de transmitir para vocês, portanto, que estamos caminhando para a sustentabilidade já tem um tempo, mas agora estamos trabalhando maneiras de mostrar que isso é real. A sociedade precisa entender, e aos poucos irá se aproximar”, encerra.

Mauricio Mendas (Boca Larga F79), consultor do Gconci e diretor da Agrotools, Ex Presidente da ABMRA e ex Morador da Republica Mansão dos Draculas 

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